Uma pesquisa da Euromonitor International coloca Lisboa como o 20.º melhor destino urbano do mundo, num estudo que aborda ainda a recuperação das viagens internacionais pós-COVID e o excesso de turismo, segundo um estudo da Euromonitor International, que coloca Paris na liderança deste ranking.
O estudo, que recorre a critérios como o desempenho económico e empresarial, o desempenho do turismo, as infraestruturas turísticas, a política e atratividade do turismo, a saúde e segurança e a sustentabilidade, é dominado por destinos europeus, apesar da Ásia também estar fortemente representada.
“Paris manteve o título de principal destino urbano do mundo, seguida pelo Dubai no segundo lugar e Madrid no terceiro. Tóquio ficou em quarto lugar, enquanto Amesterdão fecha os cinco primeiros lugares”, lê-se no comunicado divulgado pela Euromonitor International.
Apesar do domínio europeu no Top10, os destinos que surgem logo a seguir são, maioritariamente, da Ásia, a exemplo de Singapura, que surge na 11ª posição, mas também de Seul, na Coreia do Sul, que ficou no 14.º lugar; de Osaka, no Japão, que ficou na 16ª posição; e ainda de Hong Kong, na China, que foi o 16.º destino deste ranking.
Já a capital portuguesa encerra a lista que compõe o Top20, ficando classificada logo após Viena, na Áustria, e Los Angeles, nos EUA, que ocupam, respetivamente, os 18.º e 19.º lugares deste ranking.
“Paris manteve o título de cidade líder do mundo após um desempenho excepcional nos pilares de Política e Atratividade Turística, Infraestrutura Turística e Desempenho Turístico”, avança Nadejda Popova, da Euromonitor International.
Viagens internacionais recuperam e crescem 38% em 2023
O estudo da Euromonitor International traça também um balanço das viagens internacionais ao longo do ano de 2023, apurando que as “viagens internacionais continuaram a registar uma forte recuperação em 2023, com um crescimento de 38% em termos de número de viagens, prevendo-se que atinjam 1,3 mil milhões até ao final do ano”.
“Um marco importante para a recuperação da indústria em 2023 foi o retorno das viagens internacionais chinesas, após a suspensão da quarentena governamental. Os gastos globais com turismo deverão atingir 1,7 biliões de dólares em 2023.
Por destinos, Istambul, na Turquia, liderou no que respeita às chegadas internacionais em 2023, apresentando mesmo um crescimento de 26% neste indicador em relação ao ano anterior, enquanto Londres ficou em segundo lugar, com um aumento de 17% nas chegadas internacionais, e o Dubai arrecadou o terceiro posto, depois de uma subida de 18%.
No entanto, o estudo da Euromonitor International diz que Hong Kong (2.495%) e Banguecoque (142%) registaram o maior crescimento anual nas chegadas internacionais, uma vez que foram dos últimos destinos a reabrir após a pandemia da Covid-19.
Apesar dos bons resultados que o estudo veio confirmar, Nadejda Popova alerta para a volatilidade que o mundo está a viver e que pode interferir com a recuperação verificada no setor das viagens e turismo.
“O aumento do custo de vida, que provoca uma menor confiança do consumidor, e a inflação flutuante deverão ser os maiores desafios para o crescimento da indústria em 2024 e 2025, especialmente se a recessão global se revelar. A volatilidade geopolítica representa outro risco para a indústria das viagens”, considera a responsável.
Para a responsável, devido a toda a instabilidade, espera-se que os viajantes procurem “propostas de viagens com boa relação custo-benefício”, o que deverá impulsionar as viagens intrarregionais, assim como as experiências “autênticas e locais, além de alternativas de turismo sustentável”.
“O turismo sustentável continua a ser um tema proeminente e em evolução para as cidades globais. Os destinos estão a tomar várias medidas para melhorar as suas práticas de sustentabilidade”, acrescenta a responsável da Euromonitor International.
Nadejda Popova mostra-se ainda preocupada com o excesso de turismo, assim como o excesso de restrições para conter este problema, considerando que este é “um dos desafios que as cidades enfrentam, impactando as comunidades locais e o ambiente à medida que o turismo recupera da crise da COVID-19”, pelo que o desafio passa por fomentar o turismo responsável.
“Visto por muitos como uma faca de dois gumes, o turismo excessivo sublinha a importância da implementação de práticas sustentáveis para ajudar a impulsionar um turismo mais responsável em detrimento das viagens em massa para beneficiar o ambiente e também os residentes locais”, defende a responsável.
Fonte e crédito da imagem: Publituris / Portugal