Lisboa saltou para o 4.º lugar em 2022 entre as melhores cidades para os estrangeiros viverem, uma subida de 14 posições em relação ao 18.º posto alcançado pela capital portuguesa no ano passado.
Valência, Dubai e Cidade do México ocupam o pódio do Expat City Ranking 2022, da InterNations, a maior comunidade de expatriados do mundo, com quase cinco milhões de membros. Joanesburgo, Frankfurt, Paris, Istambul, Hong Kong, Hamburgo, Milão, Vancouver, Tóquio e Roma são as que receberam as notas mais negativas.
Lisboa está em 4.º em 50 cidades do Expat City Ranking 2022 e é uma das cidades onde os expatriados se sentem mais felizes com a sua vida no estrangeiro (86% de felicidade face a 71% globalmente). Apenas os expatriados em Valência são mais felizes”, pode ler-se no estudo ao qual o DN teve acesso.
A capital portuguesa ocupa ainda o 5.º lugar em três dos cinco índices desta lista: Qualidade de Vida, Facilidade de Instalação e Finanças Pessoais. No que diz respeito à Qualidade de Vida, quase todos os estrangeiros que vivem em Lisboa (98% contra 62% a nível global) dizem estar contentes com o clima, o que coloca a capital portuguesa em primeiro lugar nesta subcategoria.
De facto, 17% dos estrangeiros mudaram-se para Lisboa para terem uma melhor qualidade de vida (7% a nível global), e garantem não estar desiludidos. “Aqui é tudo bom, o clima, as pessoas, a comida, a natureza”, refere um expatriado indiano.
Os estrangeiros também gostam muito da cultura e da vida noturna em Lisboa (87% contra 67% globalmente) e da oportunidade de praticar desportos recreativos (94% face a 81% a nível mundial). Ainda de notar que mais de nove em cada dez sentem-se seguros na capital (94% face a 81%) e acham fácil circular pela cidade a pé ou de bicicleta (93% contra 77%).
O 5.º lugar na Facilidade de Instalação deve-se em grande parte às boas referências nas subcategorias de simpatia local (4.º lugar) e cultura & acolhimento (2.º). “Adoro a hospitalidade, paciência e descontração dos portugueses. Eles são prestáveis, gentis e educados”, relata um expatriado oriundo dos Estados Unidos.
No geral, os estrangeiros que moram em Lisboa descrevem os locais como amigáveis (82% contra 66% a nível global), acham fácil a adaptação à cultura local (81% vs. 62%) e estão felizes com a sua vida social (69% face a 59% globais). De referir ainda que cerca de três em quatro expatriados na capital portuguesa (74% contra 62% a nível mundial) dizem sentir-se em casa e 80% referem sentir-se bem-vindos (contra 66%).
Pior só Valência
Por fim, o 5.º lugar de Lisboa em termos de finanças pessoais é devido sobretudo ao alto nível de satisfação dos expatriados com o custo de vida da capital portuguesa (69% de satisfação contra 45% globalmente).
No entanto, apenas 71% refere que o seu rendimento familiar é suficiente ou mais do que suficiente para ter uma vida confortável, um valor muito semelhante aos 72% dos resultados mundiais.
O que pode estar relacionado com o facto de 27% dos estrangeiros em Lisboa sentirem que, com base na indústria, qualificações e função, não são remunerados de forma justa pelo seu trabalho (20% a nível global).
“Os salários, no geral, são muito baixos em Portugal”, conta um expatriado irlandês, citado pelo estudo. Tendo em conta que os estrangeiros a residir em Lisboa também classificam a economia local de forma negativa (25% contra 17% globalmente), a cidade surge apenas em 44.º lugar na subcategoria Salário & Segurança no trabalho – para o qual contribui o facto de 28% dizer que a mudança para Lisboa não melhorou as suas perspetivas de carreira (18% a nível mundial). Neste último aspeto, a capital portuguesa surge na penúltima posição mundial, apenas à frente de Valência.
Mesmo assim, graças à subcategoria trabalho & lazer, na qual surge na 9.ª posição, Lisboa ocupa o 36.º lugar na categoria Trabalhar no Estrangeiro, com mais de sete em cada dez (72%) a classificarem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional de uma forma positiva (62% globalmente).
A última categoria, Essenciais para Expatriados, encontra Lisboa na 19.ª posição – uma classificação que se deve ao 27.º posto na subcategoria de Vida Digital, 25.º em Tópicos Administrativos, 19.º em Alojamento e 20.º em Língua.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Paulo Spranger / Global Imagens