A Liga Portugal vai solicitar ao Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol a instauração de um processo de inquérito para averiguar os motivos que causaram a falha no sistema de VAR no Estádio do Dragão durante o FC Porto-Arouca deste domingo, de forma a “apurar responsabilidades sobre o sucedido”.
A entidade que tutela o futebol profissional em Portugal explica que decidiu solicitar a instauração do processo na sequência da explicação do Conselho de Arbitragem e dos “factos descritos no relatório dos Delegados da Liga Portugal nomeados para o jogo”.
O Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) informou esta segunda-feira que o sistema de videoarbitragem no Estádio do Dragão, no Porto, esteve 14 minutos sem energia no FC Porto-Arouca, da quarta jornada da I Liga, e o suporte de reserva estava esgotado.
O CA da FPF deu conta da informação técnica sobre o recurso ao telemóvel pelo árbitro Miguel Nogueira, para apreciar um lance de possível grande penalidade sobre o iraniano Mehdi Taremi, que assinalou, tendo revertido a decisão, sem que tivesse revisto as imagens do lance ocorrido aos 90+6 minutos.
O CA confirmou a falha de comunicações e vídeo na área de revisão do árbitro (RRA, na sigla em inglês), ao minuto 87 do encontro disputado no domingo, no recinto azul e branco, e o recurso, face a essa falha, a “um equipamento móvel — disponível em todos os estádios – a fim de comunicar com o Centro de videoarbitragem, na Cidade no Futebol”.
“Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva – também conhecido como UPS (Uninterrupted Power Supply) — esgotou-se”, detalha o comunicado.
De acordo com a mesma fonte, “esta tomada elétrica não possui energia socorrida ou assistida”, tendo, devido à falta de energia, sido iniciado “o processo de mudança dos equipamentos para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101”.
Apesar do apagão de 14 minutos na área de revisão do árbitro, no relvado, “a solução técnica que liga a Cidade do Futebol ao Estádio do Dragão não registou qualquer falha”, assegurou o CA, que assegurou que o VAR usado na I Liga “recorre a tecnologia certificada e utilizada em diversas competições internacionais”.
“O VAR foi introduzido em Portugal em maio de 2017 e o tempo de funcionamento sem quebras do serviço é de 99,8%”, sublinha o CA.
Sem acesso às imagens, o árbitro Miguel Nogueira dirigiu-se aos treinadores das duas equipas para revelar a decisão de reverter a referida grande penalidade, uma ação contestada, imediatamente após o jogo, pelo FC Porto, que protestou o encontro.
“O FC Porto apresentou um protesto aos delegados da Liga tendo em vista a anulação do jogo com o Arouca. Esta medida tem como fundamento a atuação do árbitro no momento da reversão, na sequência de uma chamada telefónica e sem acesso às imagens do lance, do penálti assinalado pelo árbitro de campo por falta sobre Mehdi Taremi”, informou o FC Porto, em comunicado.
Na mesma nota, os azuis e brancos consideram que o árbitro da partida, Miguel Nogueira, cometeu uma “violação das regras de jogo”.
“A ação de Miguel Nogueira constitui uma violação das regras de jogo e um erro de direito com potencial impacto grave no desfecho do encontro”, conclui o clube.
Depois deste episódio, os dragões voltariam a dispor de novo castigo máximo, que Galeno desperdiçou, aos 90+15 minutos, antes de Evanilson consumar o empate 1-1, aos 90+19, depois de Cristo González ter adiantado o Arouca, aos 84.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Ivan Del Val / Global Imagens