Diogo Costa evitou o golo da Dinamarca durante 78 minutos, mas a exibição monstruosa do guarda-redes português, que fez seis grandes defesas, incluindo impedir um penálti, não chegou para evitar a derrota (merecida) de Portugal, que fez um dos piores jogos da era Roberto Martínez (o primeiro de Pedro Proença à frente da Federação Portuguesa de Futebol).
Tudo em aberto para domingo, no Estádio José Alvalade, na segunda mão dos quartos de final da Liga das Nações, (às 19h45, hora Lisboa; às 16h45, hora Brasília).
Diogo Costa e Kasper Schmeichel encheram as balizas no início do jogo. O português emendou um erro próprio e impediu Mika Biereth de inaugurar o marcador para a Dinamarca logo aos três minutos de jogo com uma defesa a deslizar pelo relvado.
Já o dinamarquês voou para travar o remate de Pedro Neto, aos 8 minutos, naquela que foi a única grande oportunidade de golo para Portugal no primeiro tempo.
O avançado foi uma das novidades de Roberto Martínez, que voltou a ter Rúben Dias e sentou Bernardo Silva, apostando nas dinâmicas do Paris SG, com Vitinha e João Neves no meio campo. Mas não foi bem sucedido. A seleção nacional não só não conseguiu assumir as rédeas do jogo, nem jogar em posse, como se mostrou bastante intranquila e errática.
Portugueses e dinamarqueses não se encontravam há quase dez anos e parecia que os nórdicos tinham derrotas para vingar. Hoje, em Copenhaga e alavancados pelo enorme apoio vindo das bancadas, entraram determinados em marcar cedo e mantiveram a pressão até ao intervalo com uma série de boas e perigosas jogadas ofensivas.
Depois do primeiro quarto de hora, Portugal acalmou um pouco o ímpeto viking e conseguiu ter bola, mas apenas por alguns minutos.
Foi sempre a Dinamarca a mandar na primeira parte e aos 23 minutos conseguiu um penálti. Renato Veiga impediu que o remate de Christian Eriksen fosse para a baliza, mas a bola bateu-lhe no braço e o árbitro assinalou grande penalidade. Diogo Costa impediu o médio dinamarquês de marcar, mas não estancou as ofensivas adversárias.
Mesmo que não tenha tirado proveito da grande penalidade, a Dinamarca, através de processos simples e eficazes, ameaçava com frequência a baliza de Diogo Costa, que aos 35 minutos voltou a brilhar e impedir o golo de Mika Biereth.
E repetiu aos 41 minutos com ajuda de Diogo Dalot, numa espécie de milagre que devia abrir os olhos da equipa portuguesas para a sorte do jogo e a necessidade de fazer pela vida no segundo tempo.
Minuto 78: Injusto para Diogo Costa, justo para toda a nação viking
Como repetem vezes sem conta, tanto os jogadores como o selecionador, não basta ter talento ou ter dos melhores do mundo, há que o mostrar em campo como equipa. Algo que, ontem, no primeiro tempo, não aconteceu. E torna-se cada vez mais difícil entender o porquê de Roberto Martínez ainda não ter conseguido dar processos à seleção em ano e meio.
A segunda parte começou com um contra-ataque de Rafael Leão, mas a bola rematada por Ronaldo esbarrou numa muralha da Dinamarca, que rapidamente voltou a pressionar alto e a criar perigo.
@Lisolette Sabroe / EPA
Gustav Isaksen, também sentiu o quão difícil é bater Diogo Costa.
Era hora de Martínez olhar para o banco. Tinha várias opções – dos 25 convocados só Gonçalo Ramos e Francisco Conceição não estavam na ficha de jogo – , mas optou por uma troca de laterais difícil de perceber (Dalot deu lugar a Nelson Semedo).
Portugal conseguiu criar perigo de bola parada, mas Vitinha e Bruno Fernandes ficaram-se pelo quase e a equipa nórdica voltou a crescer no jogo e continuou a testar as luvas do guarda-redes português.
Até que, ao minuto 78, Hojlund acertou na baliza, bateu Diogo Costa e derrotou Portugal. Se quiser seguir para as meias finais da Liga das Nações, a seleção nacional tem de fazer melhor em Alvalade no domingo.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
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