Quatro anos de preparação, muitas horas de trabalho, mais de 30 mil voluntários e muitos parceiros para colocar de pé esta a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com a visita do Papa Francisco, entre 2 a 6 de agosto.
A logística implicou alterações que vão do corte de trânsito ao fecho de estações de Metro e de comboios, à criação de parques de estacionamento, de zonas para distribuir água e comida, até à criação de hospitais de campanha e às chamadas “Zonas de Calma”.
A nível da mobilidade, tudo foi pensado para que os participantes pudessem deslocar-se a pé num tempo máximo de 30 a 60 minutos, entre os dois principais locais, Parque Tejo, Trancão, e Parque Eduardo VII, estimando-se que cada peregrino possa caminhar diariamente 17 a 20 quilómetros.
Para melhorar a mobilidade, a Câmara de Lisboa disponibilizou 2973 bicicletas Gira em 31 estações espalhadas pelas zonas amarelas junto ao Parque Eduardo VII e ao Parque Tejo, colmatando os transportes suspensos e as estações encerradas nestes dias, por questões de segurança.
O Governo autorizou também 3,3 milhões de euros para comparticipar 40% dos passes de peregrino, incluídos nos kits, que têm três modalidades, 16, 9 e 3 dias.
Os eventos de maior dimensão, que irão decorrer nos dois principais locais da JMJ, o Parque Eduardo VII e o Parque Tejo, obrigarão ao encerramento de cinco estações de Metro (Avenida, Marquês, Parque, Picoas e Moscavide) e de quatro estações de comboio da linha da Azambuja (Moscavide, Sacavém, Bobadela e Santa Iria).
A nível de transportes foram suspensas 28 carreiras de autocarros, dois elétricos e três ascensores, ainda que com variações ao longo dos dias, consoante a zona da cidade de Lisboa.
Vinte e cinco autocarros e um elétrico têm alterações de percurso nos dias 1, 3 e 4 de agosto, enquanto 17 autocarros têm itinerário desviado ou dividido nos dias 5 e 6, embora a organização da JMJ conte com um reforço de lugares, da ordem dos 340 mil lugares diários, nos transportes que estão a operar na Área Metropolitana de Lisboa, durante a semana e de 780 mil no fim de semana, para assegurar a circulação de pessoas – estão previstos também cortes de trânsito na cidade.
A organização da JMJ revelou ainda que estão inscritos cerca de 1700 peregrinos e voluntários com deficiência e mobilidade reduzida. Para estes peregrinos existem duas “zonas de atenção à deficiência”, uma no Parque Tejo e outra no Parque Eduardo VII.
Quanto à assistência na saúde, foram construídos quatro hospitais de campanha nas áreas de grandes eventos, que serão assegurados por 80 equipas médicas. Estão inscritos 250 enfermeiros como voluntários que prestarão cuidados em articulação com as unidades do SNS.
O hospital de campanha junto ao Parque Tejo é o maior e está preparado para receber 100 peregrinos por dia. Ali vão estar 30 profissionais, esta estrutura contará ainda com o apoio de ambulâncias e de outros parceiros, envolvendo mais 500 operacionais.
Para apoio na área da Saúde Mental, foram criadas cinco “Zonas de Calma”, situadas no Parque Eduardo VII e Parque Tejo, onde estarão também 30 profissionais, incluindo psicólogos, psiquiatras e outros.
A nível de alojamento os peregrinos foram espalhados pelos cinco municípios envolvidos na JMJ, em escolas, estruturas do Estado e da Igreja e famílias de acolhimento, tendo a organização assegurado 470 mil lugares de pernoita.
Dos quase 400 mil inscritos, 289 mil pediram kit de alimentação, o que representa três milhões de refeições, em Kit ou na rede de restaurantes validados pela organização (1482). Em Lisboa, os fontanários e bebedouros passaram de 200 para 400, havendo ainda 4600 locais para duches.
A celebração da JMJ tem cinco línguas oficiais, mas o hino oficial já foi traduzido para nove. Por outro lado, a equipa de voluntários integra cerca de 150 intérpretes de língua gestual e de gesto internacional, bem como tradutores.
As traduções serão feitas nas cinco línguas oficiais da jornada: português, francês, inglês, espanhol e italiano. Recorde-se que Portugal recebeu inscrições de todos os países do mundo, exceto das Maldivas.
A iniciativa ‘Os Dias das Dioceses’, que termina hoje, dia 31 de julho, reuniu mais de 67 mil jovens, de 900 grupos de peregrinos, em 17 dioceses por todo o país.
Na Cidade da Alegria, instalada em Belém, foram construídos 150 confessionários para receber jovens que se queiram confessar no Parque do Perdão, entre os dias 1 e 4 de agosto.
As estruturas foram fabricadas por reclusos nos estabelecimentos prisionais de Paços de Ferreira, do Porto e de Coimbra, e custaram cerca de 43 mil euros.
O sacramento da reconciliação será dado por 2600 padres em várias línguas. O Papa Francisco vai estar neste espaço, na sexta-feira, dia 4, a partir das 9:00, para fazer a confissão de alguns jovens.
Para a celebração final do Papa, que será no Parque Tejo, cujo espaço é equivalente a 100 campos de futebol, na manhã de dia 6, pelas 09:00, são esperados um milhão de peregrinos e estão inscritos mais de dez mil sacerdotes.
Ao todo, foram preparadas um milhão de hóstias, parte delas produzidas com recurso a duas toneladas de trigo alentejano doado pela Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais e estão a ser produzidas pelas irmãs Clarissas do Mosteiro do Imaculado Coração de Maria, na Estrela.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Patricia de Melo Moreira / AFP