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Israel dá ordem de emergência para armamento de civis

O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, emitiu uma “ordem de emergência” à divisão de licença de armas de fogo para facilitar a obtenção de armas ao maior número possível de cidadãos israelitas.

“Qualquer cidadão que cumpra os critérios para a posse de armas de fogo, sem antecedentes penais ou médicos, poderá receber aprovação para a posse de armas de fogo”, indicou o gabinete do ministro, numa altura em que Israel se encontra em guerra com o grupo islâmico palestiniano Hamas.

O prazo para garantir a licença será de apenas uma semana, após o interessado ser submetido a uma entrevista telefónica.

A ordem foi emitida ao segundo dia do conflito entre Israel e o Hamas e depois de do Governo israelita ter confirmado que pelo menos uma centena de pessoas foi sequestrada pelas milícias palestinianas na sequência do ataque do grupo islâmico Hamas a Israel.

“Os números continuam a aumentar, amplificando assim a nossa tristeza. As nossas orações estão com todas as famílias daqueles que foram sequestrados, assassinados e feridos pelo Hamas”, refere um comunicado publicado pelo Governo israelita na sua página de Facebook.

O número de mortos em Israel ultrapassa já os 700, à medida que avança o segundo dia de guerra com as milícias palestinianas em Gaza, segundo um novo balanço israelita.

O Ministério da Saúde de Israel confirmou que há também mais de 2.243 feridos em hospitais israelitas, 365 deles em estado considerado grave.

O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, apenas comparável à sangrenta primeira guerra árabe-israelita de 1948, após a fundação do Estado de Israel.

“É o nosso 11 de setembro. É para nós um acontecimento semelhante no sentido de que vai mudar as regras do jogo. É um novo paradigma”, disse o porta-voz internacional do Exército israelita, Richard Hecht, citado pela agência EFE, numa alusão ao impacto que os ataques terroristas de 2001, conduzidos pela Al-Qaida, tiveram nos Estados Unidos da América (EUA).

Do lado palestiniano, o número de mortos devido aos bombardeamentos israelitas em Gaza subiu para 370, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde palestiniano, que estima em 2.200 o número de feridos.

O exército israelita assegura no entanto ter matado 400 “terroristas” na Faixa de Gaza e centenas de outros milicianos palestinianos que se infiltraram em território israelita para realizar os ataques.

Um porta-voz militar israelita revelou que as tropas continuam a deparar-se com milicianos palestinianos que se infiltraram em várias comunidades israelitas perto da fronteira de Gaza, enquanto 24 outras cidades da zona já começaram a ser evacuadas e os seus habitantes transferidos para outras zonas mais seguras do país.

As sirenes de ataque aéreo têm soado praticamente sem parar na zona devido aos disparos de foguetes a partir de Gaza, de onde as milícias dispararam 3.255 ‘rockets’ desde o início da ofensiva, no sábado de manhã, segundo as últimas estimativas do exército israelita, que continua a bombardear alvos na Faixa de Gaza.

EUA enviam navios e ajuda militar

Os Estados Unidos começaram neste domingo, a enviar ajuda militar para Israel e a aproximar sua força naval do Mediterrâneo. Numa chamada telefónica com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que “haverá ajuda adicional para as forças armadas israelitas nos próximos dias”, de acordo com um comunicado da Casa Branca.

Biden prometeu “apoio total ao governo e ao povo israelita após os ataques terríveis e sem precedentes dos terroristas do Hamas”.

O primeiro pacote de ajuda militar “começará a ser enviado hoje e chegará nos próximos dias”, disse neste domingo o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin.

Ele também destacou que havia ordenado à tripulação do porta-aviões USS Gerald Ford, o maior navio de guerra do mundo, que se dirigisse para o Mediterrâneo Oriental, vindo do Mar Jónico, onde estava.

A Força Aérea também aumentou a presença das suas aeronaves de combate na região, afirmou Austin.

Quem já reagiu a esta ajuda foi o movimento islâmico Hamas, que considerou que o apoio militar anunciado pelos EUA a Israel equivale a uma “participação na agressão contra o povo” palestiniano.

“O anúncio pelos Estados Unidos [de um reforço da ajuda militar a Israel na sequência da ofensiva desencadeada pelo Hamas] é uma verdadeira participação na agressão contra o nosso povo”, indicou o grupo num comunicado.

“Estas ações não atemorizam o nosso povo nem a resistência que continuará a defendê-lo”, acrescentou a mesma nota.

Hamas ataca aeroporto Ben Guiron

O movimento palestiniano Hamas afirmou ter atacado o aeroporto Ben Gurion, o principal do país, em cuja zona central foram acionadas as sirenes que avisam de um ataque aéreo, informaram ‘media’ israelitas.

As sirenes estavam a soar este domingo em cidades como Rishon Letizon, Gedera e Rehovot, segundo as mesmas fontes.

Por sua vez, Israel bombardeou esta noite dois importantes bairros da cidade de Gaza onde se encontravam instalações “estratégicas” do Hamas, segundo fontes oficiais.

“Dezenas de aviões de combate atacaram 150 objetivos em Shujaiya”, uma das zonas mais populosas da cidade de Gaza, “utilizado como ninho de terror” pelo Hamas, indicou um porta-voz do Exército israelita.

Estado de guerra ativado em Israel

O Conselho de Segurança israelita, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ativou oficialmente o estado de guerra no país, que permite ao Exército realizar “atividades militares significativas” no âmbito da guerra com o Hamas, informaram meios de comunicação social.

Apesar de Netanyahu já ter declarado que o país estava em guerra, assim que começou a ofensiva do Hamas, esta decisão oficial é necessária, segundo a Lei Básica de Israel.

A decisão foi finalmente adotada numa reunião entre o primeiro-ministro e os líderes da segurança israelita, composta, entre outros, pelo ministro da Defesa, Yoav Gallant, e pelo Chefe do Estado-Maior General, General Herzi Halevi.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Said Khatib / AFP