Angola é o principal destino do capital brasileiro em África, com o investimento a crescer 67% entre 2020 e 2021 para 1,24 mil milhões de dólares (1,14 mil milhões de euros), recuperando o patamar atingido em 2012.
Em termos comparativos, o segundo principal destino do capital brasileiro na região africana é a África do Sul, que absorve 103 milhões de dólares (94 milhões de euros) em 2021, segundo os dados mais recentes da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), de abril deste ano.
Os investimentos estão sobretudo direcionados para infraestruturas, sendo a Odebrecht a empresa dominante, participando em sete projetos, (Novo Aeroporto de Luanda; Aproveitamentos Hidroelétricos de Laúca e Cambambe; Porto da Barra do Dande; Refinaria de Petróleo de Cabinda e Fábrica da Biocom).
Quanto aos projetos “greenfield” anunciados (investimentos de raiz), a Apex destaca o investimento na nova sede regional da Transdata (‘software’) numa nova sede regional, com valor estimado de 27 milhões de dólares (24,8 milhões de euros) em 2023, e o escritório de turismo da Globalis, a rondar os 2 milhões de dólares (1,836 milhões de euros) em 2015.
Em termos de investimentos de Angola no Brasil, após um pico em 2013 de 1,5 mil milhões de dólares (1,38 mil milhões de euros), o capital angolano investido no Brasil fixou-se em 2021 nos 65 milhões de dólares (59 milhões de euros), equivalente a uma contração de 95% em relação ao início da década.
“Alguns fatores económicos podem ter contribuído para essa redução: crise económica em Angola, por conta da queda nos preços do petróleo, a partir de 2014, principal produto de exportação de Angola; recessão económica no Brasil entre 2015 e 2016”, justifica a Apex.
Entre os projetos “greenfield” sinalizados, destacam-se o projeto da Angola Cables, do setor de telecomunicações, na construção de um “data center” em Fortaleza, estimado em 134 milhões de dólares (123 milhões de euros) em 2019 e, posteriormente, o anúncio da sua expansão no valor estimado de 40 milhões de dólares (36 milhões de euros).
“As similaridades linguísticas e culturais podem ser uma importante ponte de investimentos entre os países”, destaca a Apex.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou para a cimeira dos BRIC na África do Sul, visita Angola entre sexta-feira e sábado, antes de seguir para São Tomé e Príncipe para participar na conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico com Lusa / Portugal