O crescimento contínuo da Iberdrola está a transformar a gigante espanhola num caso sério de sucesso mundial entre a ‘nata’ do sector mundial – que se constata não só nos balanços que apresenta, mas também no facto de a elétrica ter um lugar fixo no radar dos grandes investidores mundiais.
Como é o caso dos fundos de investimento tradicionais, mas também os dois grandes fundos soberanos chineses – China Investment Corporation (CIC) e State Administration of Foreign Exchange (SAFE), que controlam 1,3% do capital da corporação liderada por Sánchez Galán.
A Iberdrola é o mix perfeito de crescimento constante, entre 5% e 8%, com uma elevada remuneração de dividendos de 4%, que com a melhoria do lucro passa para os 5%.
E este ano atingirá a marca dos cinco mil milhões de lucros líquidos – muito devido aos resultados extraordinários obtidos no México – os 15 mil milhões em EBITDA e os negócios das renováveis – que atingirão 1,8 mil milhões de euros em 2026.
Segundo adianta o jornal “El Economista”, as estimativas de consenso dos analistas apontam para que o grupo atinja um EBITDA em 2024 de quase 15.500 milhões de euros. Com este valor, a Iberdrola consolidaria a sua posição como a empresa Ibex 35 com o maior lucro bruto do mercado espanhol (14.417 milhões de euros no ano passado), um marco que alcançou em 2023 ao destronar a Repsol e a Telefónica.
Mais ainda, na Europa ultrapassaria a Engie e a segunda empresa do continente em termos de lucros brutos, depois dos da Enel (estimados em mais de 22,5 mil milhões de euros).
Os analistas projetam ainda que a elétrica consiga colocar este valor acima dos 16 mil milhões de euros até 2026. Isso significa que, em apenas quatro anos, a empresa aumentou o EBITDA em até 13%. A própria Iberdrola prevê atingir um lucro bruto entre 16.500 e 17 mil milhões de euros até 2026.
“A Iberdrola negoceia frente das suas congéneres internacionais listadas na União, como a Enel e a EDP, bem como do Stoxx Europe 600 Utilities. O prémio sobre a Enel é explicado pelos lucros, o volume de receitas e o plano de investimentos, focado em menos mercados mas com alto grau de solvência”, explica a Bloomberg Intelligence.
Em termos de lucro líquido, o consenso dos analistas é de que atinja mais de 6.400 milhões de euros este ano – devido aos resultados extraordinários no México. Mas este valor, passado este impacto extraordinário, deverá normalizar em 5,3-5,4 mil milhões de euros, o que ficaria abaixo do intervalo previsto pela Iberdrola para 2026 (5,6-5,8 mil milhões).
Esta sexta-feira, 17 de maio, a empresa presidida por Ignacio Galán realizará a Assembleia Geral de Acionistas. Com quase 400 mil acionistas, a Iberdrola tenta incentivar o maior número possível de investidores a participar no evento e consegue-o através de incentivos como um dividendo (de 0,005 euros por ação), rifas e brindes, revela ainda o jornal espanhol.
A elétrica chega à AG com uma valorização mais que histórica: os analistas preveem que as ações se situem nos 12,90 euros nos próximos meses, que é o preço-alvo mais alto de sempre dado às ações da Iberdrola.
Esta valorização não só deixa a empresa com um potencial de alta de 6% para os próximos meses (uma revalorização que se somará aos mais de 2% que acumula em 2024), como também permitirá à Iberdrola estabelecer novos máximos históricos em bolsa, superando os anteriores de 2021 (12,50 euros).
A empresa recuperou recentemente a recomendação de ‘compra’ que havia perdido no início do ano. Dentro do setor elétrico espanhol, os analistas só aconselham a tomada de posições nos preços das ações da Acciona e da Iberdrola.
Na AG, a Iberdrola vai apresentar para aprovação o pagamento de um dividendo final de 0,348 euros por ação em julho, que será somado aos 0,202 euros distribuídos em janeiro. O dividendo total cobrado para o exercício de 2023 aumentará 10,8% face ao dividendo pago pelos resultados de 2022, atingindo 0,55 euros por ação.
A este montante, acrescem 0,005 euros por ação se o quórum para a constituição da AG atingir os 70%. Como indica a empresa no seu Plano Estratégico 2024-2026, a elétrica espera oferecer um dividendo entre 0,61-0,66 euros por ação até 2026, o que significa distribuir cerca de 11 mil milhões de euros ao longo do plano, em comparação com os 9.500 que destinaram à remuneração de seus acionistas entre 2021 e 2023.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal