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Guterres confronta Lavrov e pede respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu esta segunda-feira respeito pela soberania e integridade territorial e criticou duramente a invasão da Ucrânia pela Rússia, numa reunião do Conselho de Segurança presidida pelo ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.

Na reunião convocada pela Rússia para debater o “multilateralismo efetivo”, Guterres sentou-se ao lado de Lavrov e criticou abertamente a invasão da Ucrânia por Moscovo, classificando-a de “violação da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e do direito internacional”, que está a causar enorme sofrimento e devastação ao país e ao seu povo, além de abalar fortemente a economia mundial.

O ex-primeiro-ministro português reforçou que a cooperação multilateral é o “coração pulsante das Nações Unidas”, assim como a “sua razão de ser e a sua visão orientadora”.

Guterres acrescentou ainda que o mundo enfrenta tensões históricas elevadas entre as grandes potências.

Em resposta, Lavrov culpou os Estados Unidos e os seus aliados da situação na Ucrânia. “A ONU está a passar por uma crise profunda. Os EUA substituíram o direito internacional por uma certa ordem baseada em determinadas regras, numa política que visa destruir a arquitetura da ONU.”

Lavrov acusou o Fundo Monetário Internacional (FMI) de se “transformar” num órgão que trabalha para “alcançar os objetivos dos Estados Unidos e dos seus aliados, incluindo objetivos de natureza militar”. O governante russo assumiu ainda que o caminho dos Estados Unidos é “destruir a globalização, que por muitos anos elevou como o maior benefício de toda a humanidade”, acrescentando ainda que os americanos foram hipócritas ao aplicar os seus padrões em diferentes situações em todo o mundo.

Mesmo antes de a Rússia presidir a reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os 27 embaixadores da União Europeia fizeram uma declaração conjunta condenando as ações russas na Ucrânia.

“Estou aqui com os 27 embaixadores da União Europeia. Queremos fazer uma declaração em relação ao debate que vai começar no Conselho de Segurança”, disse Olof Skoog, representante da União Europeia junto da ONU.

“A Rússia está a tentar apresentar-se como um defensor da carta da ONU e do multilateralismo. Nada pode estar mais longe da verdade. É cínico. Todos sabemos que enquanto a Rússia está a destruir, nós estamos a construir. Enquanto eles violam, nós protegemos. A Carta da ONU, a Assembleia Geral da ONU, o TIJ, o TPI, para onde quer que se olhe, a Rússia está em desprezo”, continuou Olof Skoog.

Os 27 embaixadores da UE reforçaram o pedido para que a Rússia “retire imediata, completa e incondicionalmente todas as suas forças militares” do território da Ucrânia. “Se a Rússia se preocupa com o multilateralismo efetivo, essa é a primeira forma de o provar”, concluiu.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Justin Lane / EPA