Greve geral parou hospitais, escolas, transportes e serviços públicos; Governo fala em “adesão inexpressiva”

A greve geral está a afectar escolas, hospitais e unidades de saúde de norte a sul do país, incluindo blocos de partos, urgências e enfermagem.

O secretário geral da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), Tiago Oliveira, sublinhou que esta greve “é um verdadeiro sucesso, uma verdadeira resposta dos trabalhadores a esta agessão do governo para com o mundo do trabalho”.

No aeroporto de Lisboa, o líder da CGTP apelou novamente ao governo de Luís Montenegro para “retirar o pacote laboral” de cima da mesa.

“A adesão nos aeroportos em Lisboa, no Porto, em Faro e nas ilhas, é de 90 por cento, o que representa uma verdadeira resposta ao ataque do Governo.”

Tiago Oliveira adianta que no sector privado a adesão à greve “é histórica”.

“Basta olhar para a cidade de Lisboa hoje, é uma cidade completamente despida”, afirmou.

A poucos metros de distância à porta do aeroporto de Lisboa, Mário Mourão, o líder da UGT, diz que “a greve está a ter resultados muito positivos, acima daquilo que era a expectativa que nós tinhamos. Espero que o governo esteja atento a estes sinais”.

Mário Mourão lembrou que a UGT esteve sentada à mesa desde o verão e “quando as coisas não funcionam” a greve era o único caminho.

“Há sectores que estão acima dos 90 por cento de adesão à greve” e isso deve ser um aviso, sublinha.

“A esmagadora maioria do país está a trabalhar”, diz Governo que fala em “adesão inexpressiva”

Pela voz do ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o Governo afirmou que “a esmagadora maioria do país está a trabalhar”, realçando que respeita quem exerce o direito à greve.

@ Tiago Petinga / Lusa

“Mantemos sempre a mesma abertura para o diálogo”, disse sobre o anteprojeto da reforma da legislação laboral, motivo pelo qual CGTP e UGT convocaram a greve geral desta quinta-feira, 11 de dezembro.

Leitão Amaro reforçou que, “com realismo”, a “esmagadora maioria dos trabalhadores do país está a trabalhar”. “O país está a trabalhar”, vincou.

Referiu ainda que “esta parece mais uma greve da função pública, uma greve parcial em alguns setores da função pública”.

Reconheceu, no entanto, impacto nos transportes, como nos assistentes nas escolas, para “impactar muitos mais”.

“O nível de adesão no conjunto do país à greve geral é inexpressivo, em particular no setor privado e social”, considerou Leitão Amaro.

“O nível reportado de adesão é inexpressivo. A grande maioria dos portugueses está a trabalhar”, sublinhou o ministro da Presidência.

Leitão Amaro deu depois dois indicadores para justificar o argumento de que o nível de adesão da greve geral é “inexpressivo”.

“As transações na SIBS demonstram se o país está a manter as transações financeiras, a sua atividade comercial e económica, está, neste momento, com uma redução de 7% face ao período normal. O trânsito nas pontes, do sul para Lisboa, está a cair 5%”, justificou.

De acordo como o governante, “nos setores privado e social, o reporte que existe é de adesões entre 0 e 10%”.

“Esta greve está a ter uma adesão inexpressiva. Os portugueses estão a trabalhar”, enfatizou, reconhecendo perturbações em alguns setores e serviços.

Fonte: www.rtp.pt

Crédito da imagem: Patricia de Melo Moreira / AFP / CP