O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou esta sexta-feira que a economia portuguesa fecha 2022 a registar um crescimento do produto interno bruto de cerca de 6,8% e uma inflação média anual de 7,8%.
“Portugal finalizará o ano de 2022 com um crescimento de cerca de 6,8%”, sublinhou o governante numa conferência de imprensa conjunta com os ministros da Economia, António Costa Silva, e do Trabalho, Ana Mendes Godinho, sobre o balanço económico do ano de 2022.
Fernando Medina disse que “com um crescimento de cerca de 6,8%, o maior crescimento económico do país dos últimos 35 anos”, Portugal “terá recuperado integralmente a quebra sentida na pandemia e crescido além da generalidade” dos países da zona euro e da União Europeia.
A par dos dados estimados para o PIB, que Medina realçou superarem as expectativas do próprio governo e dos analistas, o governo identifica dados “encorajadores” sobre a inflação.
O ministro das Finanças apontou para uma inflação média anual de 7,8% e notou que “variação homóloga tem vindo a diminuir”.
“A variação da inflação do mês de outubro de 2022, quando comparada com a de outubro de 2021, era de cerca de 10,1%. A inflação de novembro de 2022, quando comparada com a de novembro de 2021, era de cerca de 9,9%. E a inflação de dezembro, quando comparada com a de dezembro de 2021, situa-se em 9,6%”.
“A tendência de redução da variação homóloga não nos permite dizer ainda que já atingimos o pico e que já estamos definitivamente num processo de regressão da inflação, mas são sinais encorajadores relativamente àquilo que se possa vir a passar no ano de 2023”, argumentou.
Medina lembrou que a evolução da inflação é “fundamentalmente afetada por variáveis que Portugal não controla, sejam os preços dos produtos energéticos, sejam os preços dos produtos alimentares”.
Estado apoia economia com mais de 6,1 mil milhões de euros
Para o governante a evolução da economia teve um “impacto positivo” para as finanças públicas.
“As contas públicas apresentam hoje resultados melhores, em particular no lado da receita, face ao que era antecipável quando foi apresentado o Orçamento do Estado para 2022”, prosseguiu. “Foi esta evolução favorável que nos permitiu lançar sucessivos programas de mitigação de preços e de apoio ao rendimento das famílias, em diferentes fases do ano”, realçou.
Segundo o titular da pasta das Finanças, o Estado injetou na economia “6 150 milhões de euros em medidas extraordinárias ao longo do ano de 2022”, um número que acima dos “valores que o Estado apoiou durante a pandemia [em 2020 e 2021]”.
“As contas certas é isto mesmo. É termos as contas arrumadas quando precisamos, quando os portugueses precisam e quando as famílias precisam, para termos condições de devolver e transferir para as famílias e empresas os recursos para enfrentarem situações e choques que são adversos”, afirmou.
Ainda de acordo com os dados do governo, o défice será inferior a 1,5% do PIB – objetivo do governo era 1,9%. Já a dívida pública não ficará acima dos 115% do PIB, o que permitirá a Portugal “deixar o pódio dos países mais endividados”.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Pedro Santos / LUSA