Com DNA marcado pela predestinação comercial e turística, o Gonzaga comemora 134 anos esta quarta-feira. Além da origem ligada ao empreendedorismo, o bairro é sinônimo de lazer, gastronomia, cultura e cenário de várias comemorações para os santistas.
A data do aniversário está associada ao nascimento do comerciante que deu nome ao local, Antônio Luiz Gonzaga. Quando foram lançadas as primeiras linhas de bonde em trilhos puxados por burros, que ligavam o Centro à praia, Gonzaga abriu um boteco – onde hoje está a Caixa Econômica Federal (esquina da Rua Marcílio Dias com a Avenida Presidente Wilson, imóvel tombado que já abrigou as sedes do Jockey Club de Santos e do Clube XV) – que se popularizou quando ele instalou dependências para banhistas e, ao lado, um puxado para as pessoas que aguardavam o bonde.
O espaço ficou conhecido como Ponto do Gonzaga e os santistas não diziam mais que iam à praia, mas ao Gonzaga.
E com esse pontapé dado em 1889, o bairro seguiu seu talento natural e se consolidou como uma das principais áreas comerciais da Cidade. Hoje, concentra três shoppings, hotéis e muitas lojas, além de uma via dedicada oficialmente à gastronomia, a Rua Tolentino Filgueiras.
“Não tem como vir a Santos e não passear pelo Gonzaga. Venho para cá quatro vezes por ano e a nossa referência de passeio é esse bairro, onde, de tarde, tomamos um café ou, à noite, saímos para jantar ou tomar um chopp”, conta a aposentada moradora do Paraná, Emília Espinola.
Cultura pulsante
Conhecido em outros tempos também como a Cinelândia santista, o bairro concentrou boa parte dos cinemas de rua de Santos como o Indaiá, Independência, Iporanga, Atlântico, Praia Palace e o Roxy – este último permanece aberto e no mesmo endereço desde 1934.
O diretor do Cine Roxy e neto do fundador do cinema, Toninho Campos, lembra com carinho da infância passada no bairro. “Sempre me chamava à atenção o hotel Balneário e uma barbearia que havia em frente. O bairro era uma delícia. E sempre foi o cartão-postal da Cidade”.
“Houve um tempo que parecia que ia fechar tudo, como quando boa parte dos cinemas foi desativada e o Clube Sírio Libanês fechou. Mas quem vive aqui sabe que isso são ciclos e que o Gonzaga sempre volta mais forte, pois o bairro é um shopping a céu aberto e adorado por todos que vivem aqui”, afirma o empresário.
Para os amantes da sétima arte, o bairro ainda conta com o Cine Arte Posto 4, no jardim da orla. Mas não é apenas de cinema que vive a cultura local. Junto ao canal 3 está a Concha Acústica, palco de espetáculos de pequeno porte, e a própria faixa de areia do bairro, onde ocorrem shows como os de final de ano.
O bairro abriga duas das principais praças da Cidade. Uma delas é a da Independência, onde ocorrem as mais diversas manifestações populares e tradicional ponto de encontro das comemorações de títulos das torcidas de clubes de futebol.
Nela está o monumento aos irmãos Andrada, inaugurado no centenário da Independência, em 1922, com a presença do então presidente Epitácio Pessoa. Outra praça de destaque é a das Bandeiras, que conta com uma fonte, de 1936, para homenagear a Revolução Constitucionalista de 1932.
Formado pelo quadrilátero compreendido pelas avenidas Vicente de Carvalho, Presidente Wilson, Bernardino de Campos (canal 2), Francisco Glicério e Washington Luís (canal 3), tem uma policlínica e três UMEs (Edméa Ladevig, Professor João Papa Sobrinho e Leonor Mendes de Barros) e cerca de 25 mil moradores.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos
Crédito das imagens: Nathalia Filipe
