A derrota algo ingrata do Sporting na Bélgica, diante do Club Brugge, por 2-1, foi a quarta consecutiva da equipa leonina, algo que não acontecia desde 2012.
Este resultado deixa João Pereira ainda menos tolerância, afinal, é a primeira vez na história dos leões que um treinador sofreu quatro derrotas nos primeiros cinco jogos.
Apesar das contas na Liga dos Campeões não terem ficado complicadas com o desaire na Bélgica, a equipa não conseguiu o clique desejado por João Pereira.
E a crise já não é só desportiva. Os adeptos que pedem explicações a Frederico Varandas, não só pela aposta em João Pereira, como pela saída de Ruben Amorim, ouviram dele que o clube, durante a sua presidência, jamais será gerido de fora para dentro, mas ver tochas arremessadas na direção dos jogadores – uma delas ia atingindo Gyökeres – é um sinal do desagrado que já é demasiado evidente para o líder leonino.
A lesão de Gonçalo Inácio logo no aquecimento apanhou os adeptos (e o adversário) de surpresa e promoveu Matheus Reis a titular, num onze com o estreante João Simões, médio de 17 anos, entre as cinco alterações face à equipa apresentada em Moreira de Cónegos. A lesão no aquecimento foi um prenúncio do que se seguiria, embora os leões tenham até beneficiado de um golo madrugador.
Assim que soou o apito inicial, o Sporting assumiu o controlo do jogo em ataque organizado e marcou logo aos três minutos, numa jogada entre Hjulmand e Gyökeres, que serviu Maxi Araújo para rematar em cheio ao poste, valendo a recarga de Geny Catamo para abrir o marcador.
Era o melhor remédio para a natural ansiedade de uma equipa que vinha de três desaires seguidos (Arsenal, Santa Clara e Moreirense).
Com bola, o campeão nacional ia retirando as hipóteses de reação aos belgas, que acabaria por contar com ajuda de Eduardo Quaresma para chegar ao empate. O autogolo do defesa castigou um mau momento defensivo que atravessa a equipa de João Pereira.
Ainda assim, os leões mostraram grande atitude na reação ao golo sofrido e, numa transição a alta velocidade, Maxi Araújo aproximou-se da área dos belgas e foi abalroado por Skov Olsen.
O árbitro marcou penálti, mas reverteu a decisão para livre direto com ajuda do VAR, pois a falta foi no limite. Gyökeres bateu o livre direto mas por cima da barra da baliza de Mignolet.
Franco Israel evitou depois que o Sporting fosse para o intervalo em desvantagem, isto numa primeira parte que teve 10 minutos de tempo extra devido ao choque violento de cabeças entre Tzolis e Eduardo Quaresma, que acabou por ser substituído por Jeremiah St. Juste .
O segundo tempo mostrou um Club Brugge com mais bola e mais pressionante, mas o jogo continuou dividido, com a equipa leonina a mostrar paciência para jogar em ataque organizado. E assim se passou quase meia hora. João Pereira só mexeu na equipa aos 80 minutos – trocou Maxi Araújo por Ricardo Esgaio -, mas foi traído nas intenções por uma nova falha defensiva, que deu ao recém entrado Casper Nielsen a oportunidade para fazer o 2-1.
Já com Harder em campo, o Sporting procurou o empate, mas a verdade é que apesar de ter mais posse de bola e acabar o jogo com oito remates, só um foi enquadrado com a baliza do Brugge, além daquele que resultou no golo de Geny Catamo.
A crise do Sporting continua e o jogo de sábado com o Boavista, em Alvalade, pode ser a última oportunidade de João Pereira para dar a volta à situação.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Olivier Mathys / EPA