França. Louvre mantém portas fechadas após assalto histórico

O Museu do Louvre não vai abriu portas esta segunda-feira aos visitantes, após o estranho assalto de domingo, em que quatro assaltantes levaram oito “joias da coroa francesa”.

A polícia francesa começou a “caça ao homem” e tenta recuperar as peças. O  roubo em plena luz do dia, que parece tirado de uma tela de cinema, está a gerar polémica e debate, principalmente no cenário político francês, que já vivia dias atribulados.

Depois de primeiras indicações de que o museu ia abrir e estando centenas de pessoas nas filas – algumas passando mesmo a segurança – a direção do Museu em consonância com o Ministério Público, o perfeito de polícia e a ministra da Cultura decidiram manter encerrado o Museu do Louvre.

“Após o assalto  ao Louvre, o museu lamenta informar que permanecerá fechado ao público hoje”, podia se ler numa mensagem no site do museu. “Os visitantes que já compraram bilhetes serão reembolsados automaticamente”.

O Louvre, o museu mais visitado do mundo, foi fechado repentinamente no domingo após um assalto à galeria Apollon, lar das joias da coroa francesa.

O museu foi alvo de parte de um ousado assalto à luz do dia, em plena capital francesa, no qual joias napoleónicas inestimáveis foram roubadas.

Um grupo de quatro homens roubou joias no domingo de manhã utilizando um empilhador estacionado na margem do rio Rena, fazendo-o subir até à altura de uma janela do primeiro andar do museu.

roubadas oito joias “de inestimável valor patrimonial”, entre as quais a tiara da imperatriz Eugénia (mulher de Napoleão III, imperador de 1852 a 1870) e dois colares.

Os homens entraram na Galeria Apollo depois de partirem os vidros da janela. E, segundo o Ministério francês da Cultura, a coroa da imperatriz foi deixada para trás durante a fuga dos assaltantes e encontra-se a ser avaliado.

A “caça ao homem” começou imediatamente. A polícia francesa procura os quatro indivíduos que orquestraram este assalto que tem tanto de estranho como de espetacular.

O canal francês TF1 revelou, esta segunda-feira, que as autoridades encontraram nas redondezas do museu alguns objetos dos assaltantes – um maçarico, gasolina, luvas, um walkie-talkie, um cobertor.

Já no domingo tinha sido encontrada, a coroa da imperatriz Eugénia.

E enquanto as autoridades tentam localizar os criminosos, surgem questões de como o conseguiram fazer e quem podia estar interessado nas peças.
Como invadiram o museu?

Parece uma cena de filme de ação, mas as autoridades francesas reconhecem que foi uma operação altamente profissional: motas, rebarbadoras, uma plataforma elevatória e sete minutos de pura ação numa manhã de domingo, em Paris.

O Louvre abriu por volta das 9h00 e, meia hora depois, os assaltantes estavam na ala sul do museu, numa rua na margem do rio Sena, com um camião com uma plataforma elevatória e uma escada extensível, que subia até uma janela do segundo andar do edifício. E com uma rebarbadora elétrica e outras ferramentas, abriram as janelas e conseguiram entrar na Galeria Apollo, onde está “a coleção real de pedras preciosas e os Diamantes da Coroa”.

Partiram os expositores de vidro e roubaram as joias. Quando os alarmes dispararam no museu, alertando os seguranças, os ladrões saíram rapidamente e fugiram de mota.

De acordo com o ministro francês do Interior, o assalto durou cerca de sete minutos, o que reforça a ideia de que foi realizado por “uma equipa experiente que claramente já tinha explorado o local”.
Museus menos seguros que bancos

Este assalto foi o primeiro registado no Louvre desde o roubo de uma pintura do pintor francês Camille Corot, em 1998, que nunca foi encontrada e reacendeu o debate sobre a segurança do museu. Considerados menos seguros que bancos e albergando peças de ouro e prata, os museus são alvos de grupos criminosos.

O Louvre tem um longo histórico de roubos. O maior terá sido em 1911, cometido por um decorador italiano que trabalhou lá por um breve período e roubou a Mona Lisa.

Na altura, Vincenzo Peruggia entrou no museu vestido como um funcionário e, quando ninguém estava a ver, removeu a pintura e saiu sorrateiramente. Mais tarde, foi preso e a pintura recuperada.

O assalto de domingo gerou controvérsia política e reacendeu o debate sobre a segurança dos museus franceses, que apresentam “grande vulnerabilidade”, reconheceu o ministro Laurent Nuñez.

“Falhamos”, disse o ministro da Justiça, Gérald Darmanin, à rádio pública France Inter, uma vez que os criminosos foram “capazes de instalar um elevador de carga” na via pública, “de fazer as pessoas subirem em poucos minutos para roubar joias inestimáveis e de dar uma imagem deplorável de França”.

Fonte: www.rtp.pt

Crédito da imagem: Mohammed Badra / EPA