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Foi bonita a festa! Houve três golos, bis de Gyökeres, homenagens e taça

Três golos para fechar em beleza. Em Alvalade, o Sporting bateu o Desp. Chaves, chegou aos 90 pontos (segundo melhor registo de sempre, só um atrás do FC Porto de 2021/22) e terminou com um registo caseiro 100% vitorioso (algo que não sucedia desde Mourinho em 2003/04), marcando em todos os jogos da competição (na época apenas ficou em branco na meia-final da Taça da Liga).

A isto ainda juntou o troféu de melhor marcador para Gyökeres, autor de um bis na tarde soalheira de sábado, numa época extraordinária da equipa de Rúben Amorim, à qual falta apenas a “cereja” chamada Taça de Portugal, cuja final disputa-se no próximo domingo.

Acolhida em apoteose pelos adeptos, a equipa leonina recebeu o adversário que na época anterior conseguira a sua única vitória em Alvalade, num jogo que acabaria por marcar a temporada verde e branca – foi, aliás, a última vez que o Sporting ficou em branco nos jogos caseiros a contar para a Liga.

Desta feita, as permissas foram diferentes: o conjunto de Amorim entrou em campo já com o título no bolso e para a consagração em frente aos seus apoiantes, os flavienses sabendo que o destino será a II Liga e o último lugar na tabela.

Com direito a guarda de honra por parte dos transmontanos, o Sporting apresentou-se com o equipamento que vai exibir na próxima época (com o preto a juntar-se ao verde e branco, numa homenagem a Francisco Stromp) e o onze anunciado pelo técnico na véspera, com Neto a usar a braçadeira habitualmente de Coates.

Após o cântico de “Campeões!” e enquanto as bancadas entoavam “O Mundo Sabe Que”, o Sporting podia ter chegado à vantagem logo no segundo minuto, quando Gonçalo Pinto intercetou um cruzamento para a zona frontal, onde Morita tentou de primeira fazer o golo, apenas para o guarda-redes voltar a defender muito bem. Logo a seguir, aos quatro, nova ocasião, com Gonçalo Inácio a acertar de cabeça no poste.

Responderam os visitantes, com duas aproximações perigosas: na segunda delas, Leandro Sanca não acertou na baliza em boa posição, após um cruzamento rasteiro. Aos 13’, Manuel Oliveira assinalou penálti depois de Trincão cair na área mas, após rever o lance, acabou por reverter bem a decisão, uma vez que o toque de Vasco Fernandes no extremo pareceu insuficiente para provocar a queda.

Aliás, não seria essa a única intervenção do VAR: aos 20 minutos voltou a chamar o árbitro principal para o alertar para um corte com a mão de Guima num cruzamento de Morita, o que resultou numa grande penalidade; e já na compensação alertou Manuel Oliveira para uma falta de Coates no início de um lance em que o Sporting acabaria por marcar golo, assim invalidado.

À sueca e a mostrar os dentes

Por esta altura, os campeões já venciam por 2-0, com o inevitável Gyökeres a bisar. Primeiro, na conversão irrepreensível do penálti já referido (23’); depois, concluindo com um remate à meia-volta um lance iniciado em Trincão e que passou por Pote antes do cruzamento de Esgaio, que fez a sua quarta assistência na prova.

Com estes golos, o Sporting garantiu mais um registo invejável, tornando-se na primeira equipa a marcar em todas as jornadas da Liga numa prova com 18 equipas: desde 2013/14 que tal não acontecia, então com o Benfica de Jorge Jesus, mas numa competição com 30 rondas (os leões tinham-no conseguido em 1943/44, mas então só se disputavam 18 jornadas).

Para a segunda metade, o Chaves regressou com dez jogadores, uma vez que Júnior Pius foi expulso numa altercação com Hjulmand na sequência do livre que resultou do lance em que Gyökeres ficou privado do hat-trick e com três alterações na equipa.
Logo no primeiro minuto, João Correia, uma das novidades, esteve perto de reduzir a desvantagem mas o cabeceamento saiu ao lado, isto quando Paulinho já jogava no lugar do médio dinamarquês no lado dos anfitriões. Uma jogada de Jô voltou a ameaçar o golo do Chaves, com Inácio a desviar para canto (49’).
Gyökeres esteve perto de fazer um raro golo de cabeça (60’) mas Gonçalo voou para mais uma defesa. Amorim lançou Bragança e Edwards (mais tarde ainda trocaria de guarda-redes, com Francisco Silva a juntar-se ao lote de campeões), Sylla quase marcou na própria baliza (76’) e o fogo de artifício começou a ser lançado nas bancadas, prejudicando a visibilidade nos últimos minutos.
O Sporting esteve perto do golo mais duas vezes (por Paulinho e num livre de Pote à trave) e esses foram os minutos de compensação dados por Manuel Oliveira, para desespero de Gyökeres, desejoso de atingir os 30 golos na Liga. Ficou-se pelos 29 dos 96 da equipa na competição – terceira melhor da história, igualando 1973-74.
Terminado o encontro, deu-se início à festa: os jogadores distribuiram bolas pelos adeptos, Antonio Adán foi homenageado no relvado com ovação das bancadas e presenteado com uma gravura pelo presidente Frederico Varandas, tal como sucedeu com Neto. Foi bonita a festa, culminada com a entrega de medalhas e o alçar do merecido troféu na presença de Pedro Proença, presidente da Liga.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Mário Vasa / Global Imagens