João Pessoa sedia a segunda edição do Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), evento que busca consolidar o estado como referência da literatura lusófona.
Com programação iniciada nesta quinta-feira e segue até sábado (29), o festival reúne escritores de diversos países de língua portuguesa em torno do tema “Nossa Terra, Nossa Gente – Ancestralidade, Identidade e o Futuro da Democracia”.
Além da dimensão cultural, o festival integra uma estratégia de desenvolvimento do turismo literário na região, em modelo semelhante ao adotado por Paraty, no Rio de Janeiro.
Programação diversificada
O FliParaíba 2025 oferece oito mesas principais e duas conversas especiais, abordando temas como cidadania, ancestralidade, oralidade, corpo político da língua e democracia.
Entre os destaques da programação está o vencedor do Prêmio Camões 2022, o brasileiro Silviano Santiago. O cabo-verdiano Germano Almeida, Prêmio Camões 2018, estava confirmado mas teve de cancelar de última hora sua participação por problemas de saúde.
Participam ainda a escritora e política guineense Odete Semedo, o romancista brasileiro Itamar Vieira Júnior, autor do premiado “Torto Arado”, e os portugueses Afonso Cruz e Inês Pedrosa.
A programação inclui também vozes da cultura popular e urbana, como o rapper MC Marechal, a ativista cultural Kalyne Lima, da CUFA, e representantes de povos originários e comunidades tradicionais.
Uma das mesas especiais discutirá jornalismo, cultura e democracia, com participação de Fernando Mattar, diretor do núcleo de reportagens especiais da Band, da jornalista Amanda Lima, editora-chefe do DN Brasil em Portugal, e Jorge Panzera, presidente da Imprensa Oficial do Pará.
Proposta curatorial
A curadoria do festival, assinada por José Manuel Diogo, organiza as mesas em torno de três eixos conceituais: a linguagem como território simbólico, como campo político e como gesto poético.
A estrutura busca promover o diálogo entre autores internacionais, nacionais e paraibanos, criando pontes entre o local e o global, a tradição e o contemporâneo.
As discussões abordam desde cosmologias indígenas e heranças africanas até os desafios democráticos contemporâneos. A proposta afirma a literatura como campo de disputa simbólica e como espaço de memória, escuta e invenção coletiva.
O FliParaíba acontece pelo segundo ano seguido João Pessoa, cidade que se consolida não apenas como destino de sol e praia, mas também como polo de reflexão intelectual e encontro literário no cenário lusófono.
O governador João Azevedo destacou a importância do evento para a projeção cultural do estado. Segundo ele, a integração entre autores brasileiros, paraibanos e de países lusófonos contribui para a divulgação e valorização da produção literária local.
O objetivo é posicionar a Paraíba como um destino reconhecido internacionalmente pela força de sua literatura e pelo compromisso com a cultura.
Fonte: www.band.com.br
Crédito da imagem: www.diariodevanguarda.com.br