O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, considera que as intervenções estruturais nos aeroportos que o Governo anuncia para reduzir os tempos de espera no controlo de fronteiras nos aeroportos “já vêm tarde”.
“É melhor que nada, mas eu penso que é muito tempo”, diz o dirigente da ASPP/PSP à Renascença.
Paulo Santos considera que “já demora muito tempo” a alteração que agora é assumida e necessária “porque temos o Natal à porta, temos informações dos nossos colegas que a situação continua igual, com muitos problemas, com muitos obstáculos, e desse ponto de vista achamos que o Governo precisava de ter um plano para, de certa forma, dar já uma resposta o mais rápido possível”.
O presidente da ASPP reforça que, neste momento, a PSP se vê obrigada a utilizar um regime simplificado no controlo de fronteiras pela “falta de condições estruturais no aeroporto, falta de boxes, de uma política empresarial da ANA aeroportos” o que “atenua a fiscalização na entrada do nosso país, de cidadãos que entram no nosso país, fazendo com que a segurança possa ficar comprometida”.
Paulo Santos enfatiza que é “importante que o governo perceba que quem tem que definir as regras e as normas de entrada no país e tudo o que diz respeito à segurança interna tem que ser tratado pelo Estado e não pode ceder a pressões de empresas que têm como objetivo o lucro”.
O dirigente acrescenta também que é necessário que “criar aqui equilíbrios e colocar o Estado onde tem de ser colocado e colocar as empresas onde têm que ser colocadas”.
Por fim, Paulo Santos pede ao Governo “respostas efetivas e não continuar com falsas negociações”, remata.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, reconheceu, durante os trabalhos do congresso da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Macau, que a situação nos aeroportos, especialmente em Lisboa, é “embaraçosa” para o Governo.
“Temos de ter uma atitude de humildade relativamente àquilo que fazemos. Neste momento, é um embaraço”, disse Espírito Santo.
Fonte: www.rr.pt
Crédito da imagem: José Sena Goulão / Lusa