A 11.ª edição da Feira do Livro do Porto, que terminou este domingo, recebeu mais 220 mil visitantes, um aumento de 18% em relação à edição anterior.
Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Câmara interpretou o facto de o festival literário continuar a aumentar de ano para ano o número de visitantes pelo facto de a autarquia “parecer saber interpretar o que as pessoas querem”.
“O aumento verificado é muito impressionante na medida em que no ano passado o [crescimento] tinha sido muito bem-sucedido [20%]”, frisou Rui Moreira, acrescentando:
“Fui lá umas seis ou sete vezes e percebi que as pessoas estavam satisfeitas, acho que as acessibilidades dos ‘stands’ foi uma coisa de que as pessoas gostaram muito. Bem sei que este ano não tivemos chuva, felizmente, o que é uma coisa estranha porque a feira do livro tem essa tradição”.
Rui Moreira revelou também que “outra coisa que as pessoas gostaram muito foram as atividades para as crianças, ou seja, parece que conseguimos equilibrar a feira propriamente dita – em que o que queremos é que quem lá vá venda livros -, com as atividades culturais que depois desenvolvemos e as atividades para as crianças, que atraem um público muito importante”.
O autarca afirma-se descansado quanto ao futuro da feira neste modelo, apesar de o seu mandato na autarquia terminar no final de 2025. “No próximo ano, o modelo da feira do livro ainda será da minha responsabilidade, portanto será igual […], mas depois quem vier terá de decidir se continua a organizar sozinho ou com a APEL [Associação Portuguesa de Editores e Livreiros]. Aliás, temos tido conversas com os novos administradores da APEL, que veem interesse em reatar uma relação com a câmara que eles interromperam lá atrás”, sublinhou.
“O que me parece importante é que já se criou uma dinâmica em que ninguém vai permitir que não haja feira do livro e isso tranquiliza-me”, adiantou.
O que me parece importante é que já se criou uma dinâmica em que ninguém vai permitir que não haja feira do livro e isso tranquiliza-me
Entre 23 de agosto e 8 de setembro, a afluência aos 130 stands de editores, livreiros, distribuidores e alfarrabistas superou expectativas e bateu recordes.
“Por mais solar que seja o coração” foi o mote de uma edição dedicada a Eugénio de Andrade, em que a luz, a poesia e as palavras cristalinas dominaram uma programação que levou mais de uma centena de atividades aos Jardins do Palácio de Cristal.
O convite estava lançado: passar um dia em família, comprar um livro, assistir a um concerto, refletir sobre a atualidade ou conhecer a vida e a obra do “poeta da luz”. E, durante mais de duas semanas, um número recorde de pessoas respondeu ao desafio.
A poesia de Eugénio de Andrade, que fez do Porto sua casa e frequente fonte de inspiração durante mais de cinco décadas, serviu de motor a 16 conversas, 15 sessões especiais de poesia e humor, quatro sessões de cinema, 21 concertos, sete apresentações de livros e mais de 50 atividades para famílias, que inundaram de energia solar, ao longo de 17 dias, a Concha Acústica, a Biblioteca Municipal Almeida Garrett, o Lago dos Cavalinhos e arredores.
“O sucesso desta edição vem consolidar a Feira do Livro do Porto como um dos maiores certames livreiros do país, mas também como um dos principais festivais literários nacionais”, sublinhou Rui Moreira.
“Pelo segundo ano consecutivo, a Feira bateu o recorde de visitantes e cresceu em número de editoras, livreiros e alfarrabistas. Foi uma grande festa do livro e da língua, cultura e literatura portuguesas”, acrescentou.
No final do verão do próximo ano, a Feira do Livro do Porto estará de regresso aos Jardins do Palácio de Cristal e à vida dos portuenses.
Por agora, fica a promessa de atribuir uma tília a mais uma figura literária da cidade do Porto e de celebrar, uma vez mais, a palavra escrita, falada, declamada e cantada.
O sucesso desta edição vem consolidar a Feira do Livro do Porto como um dos maiores certames livreiros do país, mas também como um dos principais festivais literários nacionais
Fonte e crédito das imagens: www.porto.pt