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Falta de habitação pode resolver-se a prazo com industrialização e no imediato com arrendamento

O painel The Portuguese Real Estate Outlook do Advisory Summit organizado pelo Jornal Económico, discutiu os problemas do mercado imobiliário português. Sem surpresas a falta de habitação atravessou o debate como realçou João Bugalho, CEO da Arrow Global Group Portugal, que considerou ser um problema estrutural.

Uma opinião partilhada por João Cabaça, CEO da VIC Properties, que reconheceu a dificuldade em “dar vazão à procura por via da oferta”.

O gestor destacou que este problema não tem a ver com os estrangeiros, “não tem a ver com Residentes Não Habituais e Golden Visas”. O promotor imobiliário disse que se saíssem para o mercado 500 casas de luxo, os preços inevitavelmente baixava.

A oferta de habitação não vai disparar de um dia para o outro, pelo que o problema do preços das casas para os ordenados portugueses vai continuar a manter-se.

“A verdade é que há muita falta de oferta e os processos são extremamente morosos”, disse o CEO da VIC Properties que considera que não há falta de dinheiro para investir e falou mesmo em biliões para investir.

Num painel em que praticamente todos concordaram com o problema da falta de habitação, José Cardoso Botelho, CEO da Vanguard Properties, acrescentou ao problema a falta de mão-de-obra na construção. A situação é mais complexa hoje do que no passado porque não há recursos humanos para a construção.

A solução poderia passa pela industrialização, defendeu o CEO da Vanguard, que reconheceu que este “é um processo está muito atrasado, mas não tenho duvida que é um dos caminhos”.

Depois apontou que “há um problema de licenciamento claríssimo”.

O promotor imobiliário recomenda que os fundos do PRR sejam canalizados para a construção industrializada. “É preciso investir mais nas empresas”, disse.

O PRR com as CML leva à construção de casas mas não resolve o problema por causa da falta de capacidade de construção para responder à procura.

A única forma de resolver no curto prazo o problema da falta de casas é com o arrendamento, defendeu.

O arrendamento é a solução de curto prazo mas as leis não podem estar sempre a mudar e é preciso a rapidez da justiça nos casos de não pagamento das rendas. Tem de haver confiança no mercado, disse José Cardoso Botelho que defendeu a Lei Cristas que foi depois alterada o que foi negativo.

Francisco Lino Dias, Partner PLMJ, defendeu a estabilidade legislativa e a segurança jurídica para atrair o investimento imobiliário.

O painel contou com a participação de Francisco Lino Dias, Partner PLMJ; João Bugalho, CEO da Arrow Global Group Portugal; João Cabaça, CEO VIC Properties; e José Cardoso Botelho, CEO Vanguard Properties.

José Cardoso Botelho defendeu os projetos integrados (habitação, comercial, serviços, etc). Sobre a parte fiscal, o promotor imobiliário defendeu que basta “copiar o que se faz em Madrid”.

O principal problema em Portugal é falta de poder de compra, disse o CEO da Vanguard.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal