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Exportador de Vinho do Porto prepara projeto de enoturismo ligado aos vinhos verdes no Minho

A Granvinhos, um dos maiores produtores e exportadores de Vinho do Porto, estendeu os braços à região do Minho e investiu cinco milhões de euros numa quinta em S. Salvador da Torre, Viana do Castelo, com cerca de 30 hectares de vinha para produção de vinhos verdes.

O projeto, apresentado esta quarta-feira à imprensa, começou em 2023 e já colocou três vinhos das castas Loureiro e Alvarinho no mercado, além de ter recuperado o solar da propriedade, que se encontrava devoluto.

Compreenderá também o desenvolvimento, “nos próximos anos”, de um projeto de “enoturismo de luxo”, com recuperação da antiga adega da quinta, para que a produção vínicola passe a ser feita integralmente no local – atualmente a uva ali produzida vai para a adega do produtor e enólogo Anselmo Mendes, em Monção -, e ainda a criação de alojamento com um total de 20 quartos.

“Este projeto deve começar pela vinha, pelos vinhos e depois tem de ir pouco a pouco ao resto, por uma questão de sustentabilidade”, declarou Jorge Dias, diretor-geral da Granivinhos, adiantando que a abertura ao público da quinta, enquanto projeto turístico, “vai demorar uns anos”.

“Hoje é quase o dia zero. Estamos neste momento a construir o programa base deste projeto”, afirmou, evidenciando que faz questão que o futuro projeto “transmita os valores do Minho”. “É fundamental a ligação às tradições e à cultura local. E sobretudo gostava que fosse um sítio onde as pessoas gostem de vir e se sintam felizes”, acrescentou.

37 hectares de terreno

Na propriedade situada na margem direita do rio Lima, que inclui uma casa senhorial com mais de 400 anos, são cultivados 14 hectares de vinho Loureiro e 16 de Alvarinho, ambas casta típicas do Minho. No total, a quinta tem 37 hectares de terreno e, segundo Jorge Dias, será plantada mais vinha de outras castas da região.

Anteriormente, a exploração agrícola já era feita em parceria com o enólogo Anselmo Mendes, que agora se mantém com a Granivinhos no seu projeto ligado aos vinhos verdes.

“Somos uma empresa que está muito mais vocacionada para o Douro e para o Porto. Sempre foi a matriz desde o início, começamos com o vinho do Porto, depois evoluímos para o vinho do Douro, entretanto nos anos 80 pusemos um pé na Madeira, hoje temos já duas empresas, que representam quase 60% da totalidade do vinho da Madeira”, conta Jorge Dias, referindo que a aposta no vinho verde surgiu da “necessidade de diversificar a atividade”, até porque “o vinho do Porto está em queda há mais de 25 anos”.

Fonte: Jornal de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Leonel de Castro