Para variar não foi na compensação, foi até bem cedo. Mas o FC Porto continua a não conseguir matar os jogos e este sábado valeu o golo de Evanilson para atenuar a confessada azia de Sérgio Conceição com as duas derrotas anteriores.
A equipa desperdiçou duas mãos cheias de oportunidades para resolver o jogo e até acabou reduzida a dez, por expulsão de David Carmo, com o técnico a ser obrigado a recompor a defesa. O Portimonense teve no seu guarda-redes uma garantia para manter o resultado em aberto, mas voltou a perder onde nunca pontuou.
Antes de mais uma paragem para as seleções, Sérgio Conceição voltou a mexer no onze que escolheu, promovendo o regresso de Nico González à titularidade, onde se manteve Romário Baró apesar do erro europeu.
Na defesa, Zé Pedro, da equipa B, também jogou de início devido às lesões e ao castigo de Fábio Cardoso. Já Galeno, um dos jogadores mais decisivos, teve direito a repouso e iniciou a partida no banco, como Eustáquio – ao contrário de Frán Navarro, que nem a isso teve direito. Do outro lado, Paulo Sérgio voltou a apostar numa linha de três centrais, como fizera perante o Benfica.
Com o Dragão praticamente cheio (e várias caras conhecidas na tribuna de honra, de Otávio a Rui Reininho) apesar das duas derrotas consecutivas, o FC Porto lançou-se ao ataque desde o pontapé de saída, perante um adversário que não escondia ao que ia, muito fechado no seu meio-campo, num 5x4x1 que poucos espaços pretendia dar.
Mesmo assim, logo aos quatro minutos, Evanilson conseguiu surgir sem marcação na área mas o remate saiu-lhe muito alto; e logo a seguir um mau atraso de Carlinhos voltou a deixar o dianteiro brasileiro perto do golo, mas o toque final foi desajeitado.
Como não há duas sem três – e à terceira é de vez… -, o avançado abriu mesmo o marcador ainda bem cedo (9″), depois de lançado por Pepê, com o remate a tabelar em Filipe Relvas antes de sobrevoar o guardião algarvio e entrar na baliza.
Em vantagem desde cedo, uma situação rara nesta temporada, o FC Porto conseguiu controlar o jogo até ao intervalo, sem passar por grandes sustos e desperdiçando ainda mais duas ou três situações, mesmo sem maravilhar como tem sido habitual.
Um tiro de longe de Wendell (25″) e um desvio subtil de Taremi bem lançado entre os centrais contrários (27″), esbarraram em boas intervenções de Vinícius Silvestre. Do outro lado, o Portimonense foi quase sempre inofensivo e não espantou que, pela primeira vez no Dragão, a equipa de Sérgio Conceição conseguisse chegar ao descanso em vantagem.
Vinícius deixa resultado em aberto
Tendo pedido para a equipa “agir em vem de reagir”, Conceição lançou Eustáquio para o segundo tempo no lugar de Varela, que já estava amarelado. O início da segunda parte não diferiu muito da primeira, com o FC Porto a criar logo duas boas oportunidades: na primeira, Pepê permitiu a defesa do guarda-redes, e na segunda Evanilson aproveitou uma atrapalhação de Baró para rematar ao lado.
Vinicius Silvestre ia-se tornando na figura do jogo e foi mantendo a sua equipa viva: aos 57″, com uma grande defesa, voltou a negar o golo a Pepê, num lance que o extremo podia ter resolvido melhor.
Aos 59″, os algarvios tiveram finalmente a sua chance, com Hélio Varela, lançado por Alemão com um passe longo, a aparecer na cara de Diego Costa, que imitou o seu colega de posição e fez uma defesa extraordinária num lance que começou numa falta não assinalada.
Daí até final, só deu FC Porto, mesmo com a equipa reduzida a dez a partir dos 83″. Ainda marcaria um segundo golo, anulado a Toni Martínez por um fora de jogo de dois centímetros, mas antes disso desperdiçou mais um punhado de ocasiões, com Pepê em destaque mais uma vez.
Salvou-se o triunfo e a oportunidade de Conceição trabalhar na finalização: 14 golos em 11 jogos é um pecúlio muito pobre para um clube candidato ao título.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Ivan del Val / Global Imagens