A Espanha do treinador Luis de la Fuente mostrou desde o primeiro jogo que era a melhor equipa em prova e comprovou-o na decisão frente à Inglaterra, este domingo, em Berlim, ganhando por 2-1, graças a dois golos apontados Nico Williams e Oyarzabal.
O troféu foi para a casa que o mais justificou recebê-lo e Rodri acabou eleito o melhor jogador da competição, enquanto que Lamine Yamal – que completou 17 anos no sábado – foi eleito o melhor jovem da prova.
O prémio de melhor jogador da final foi para Nico Williams, que, aos 47 minutos, marcou o primeiro golo do encontro.
No que respeita aos marcadores, seis jogadores acabaram no topo da lista, todos com três golos: Jamal Musiala (Alemanha), Ivan Schranz (Eslováquia), Georges Mikautadze (Geórgia), Harry Kane (Inglaterra), que continua sem conseguir ganhar qualquer título, Cody Gakpo (Países Baixos) e Dani Olmo (Espanha).
Ao contrário de outros anos, as assistências não foram usadas para desempate.
Depois de uma curta cerimónia de encerramento com a interpretação do tema oficial da prova e do antigo internacional italiano Chiellini ter transportado o troféu até ao relvado, as duas seleções subiram ao relvado para a decisão.
Como foi disputada a partida final
Do lado espanhol, Luis de la Fuente, previsivelmente, não mexeu na sua equipa-tipo, com Dani Olmo de novo na vaga deixada em aberto pela lesão de Pedri no jogo dos quartos e Dani Carvajal e Le Normand de regresso após cumprirem castigo.
Do outro lado, e em relação à partida das meias, Southgate manteve a ideia de jogo com Luke Shaw a surgir no onze inicial como defesa esquerdo – o lateral esteve lesionado durante os últimos meses e só contabilizara 42 minutos na competição.
De resto, no arranque da partida as duas equipas foram fieis ao que fizeram ao longo do Europeu: a Espanha mais ofensiva, sem receio de assumir as operações, com Nico Williams muito ativo no flanco esquerdo tentando aproveitar alguma indefinição na forma de defender dos britânicos, a Inglaterra cautelosa e mais fechada atrás.
Tudo isto resultou numa primeira parte que não fica na história. Equipas encaixadas, muito mais posse para a Espanha (66-34) mas oportunidades de golo nem vê-las.
Foi aliás preciso esperar pelo primeiro minuto da compensação para surgir algo parecido com um lance de perigo: na sequência de um livre lateral a favor dos ingleses, a bola sobrou para o segundo poste onde estava Phil Foden sem marcação.
Mas o remate efetuado em condições complicadas foi na direção de Unai Simón que não teve problemas em defender e foi o que se viu em termos ofensivos.
Até aí, alguns cantos (novamente com grande vantagem para a “Roja” (6-1), e uns quantos remates bloqueados (um deles em boa posição de Kane, depois de Bellingham roubar a bola ao seu colega Dani Carvajal, a que Rodri se opôs bem) mas nada de particularmente emocionante, nem quando Nico Williams se juntou a Yamal (que com 17 anos e um dia superou Pelé como mais jovem a disputar uma grande final) na direita.
Segunda parte bem melhor
O jogo precisava claramente de um golo e a verdade é que ele surgiu bem cedo no segundo tempo. De la Fuente trocou Rodri pelo basco Zubimendi e bastaram menos de dois minutos para a Espanha se colocar em vantagem.
O lance começou a ser construído na direita, com a bola a chegar a Yamal que fletiu para uma zona interior e soltou-a no momento certo. Dani Olmo deixou-a passar até à esquerda, onde Nico Williams não perdoou, batendo Pickford com um remate cruzado.
Estava desfeito o impasse e a coisa até podia ter ficado resolvida logo a seguir, com Dani Olmo solto na área a rematar cruzado mas sem pontaria (49′).
Mesmo em vantagem, a Espanha continuou a ser mais perigosa. No mesmo minuto, o 55, Nico Williams e Morata voltaram a colocar a baliza inglesa em apuros, e Yamal quase batia Pickford, mas o guardião do Everton não deixou com uma bela estirada (66′) – pelo meio, Bellingham deu um ar da sua graça com um tiro rasteiro que saiu perto do poste.
Entretanto, começou o jogo das substituições que iriam animar a partida até final. De la Fuente lançou Oyarzabal para o lugar de Morata, Southgate fez entrar Cole Palmer para a vaga de Mainoo.
E parecia que o técnico inglês acertara novamente no “jackpot”, pois bastaram três minutos em campo para o médio do Chelsea restabelecer a igualdade, com um remate de fora da área de pé esquerdo, após Jude Bellingham amortecer um cruzamento, e a bola a desviar ligeiramente num defesa espanhol (73′).
Todavia, o prémio final iria para o treinador espanhol, quando tudo apontava para um prolongamento, sobretudo depois de Yamal desperdiçar nova chance na cara de Pickford: uma combinação simples pela esquerda entre Oyarzabal e Cucurella, permitiu ao primeiro desviar o cruzamento na cara do guardião inglês no limite do fora de jogo, fazendo o 2-1.
A Inglaterra ainda podia ter empatado na sequência de um canto, com Unai Simón e Dani Olmo, em cima da linha, a evitarem o golo certo. Mesmo sem Kane em campo (saíra aos 61 minutos),o tabu inglês manteve-se e a Espanha pôde erguer o troféu no Olympiastadion.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Javier Soriano / AFP