Alunos de doutoramento da Universidade de Aveiro e investigadores do Instituto de Telecomunicações querem criar um uniforme militar que consegue gerar, armazenar e transferir energia.
A equipa é formada por Henrique Chaves, Paulo Capitão e Ricardo A. M. Pereira, do Programa Doutoral em Engenharia Eletrotécnica, o professor do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática e investigador no IT, Nuno Borges de Carvalho, e Andreia Fernandes, da Força Aérea Portuguesa, que “proporcionou insights valiosos sobre as necessidades reais dos soldados em campo, garantindo que a proposta/projeto fosse prática e relevante”, como explicou Henrique Chaves em nome do grupo.
O projeto intitula-se “S.C.O.U.T.E. – Sistema de Conexão e Otimização de Uniformes para Transferência de Energia” e venceu o Prémio de Inovação nas Forças Armadas 2023, instituído pelo Estado-Maior-General das Forças Armadas, para incentivar a inovação e o desenvolvimento de soluções que possam beneficiar as Forças Armadas.
O uniforme idealizado pela equipa da Universidade de Aveiro utiliza materiais condutores flexíveis integrados no tecido para formar antenas, que permitem a transferência de energia e dados entre militares.
Adicionalmente, o projeto propõe o uso de carregadores de energia por indução em certas áreas do uniforme e a utilização de energia derivada do ambiente ou do movimento do militar.
Na prática, o uniforme estará equipado com várias tecnologias que permitem gerar energia através de fontes solares e mecânicas (como piezoeletricidade).
A energia gerada será depois armazenada e poderá ser transferida sem fios para outros militares, criando uma rede de distribuição de energia e dados. O uniforme também poderá aproveitar a energia do ambiente ou do movimento do militar.
Vencer a competição representa “um reconhecimento significativo do trabalho e inovação da equipa”. Por outras palavras, dizem os vencedores, “significa que a solução proposta tem potencial para transformar a forma como os militares operam no terreno, tornando-os mais autónomos em termos energéticos e melhorando a eficiência das missões.
Desta forma, valoriza o conhecimento e experiência associado à Universidade e ao Instituto de Telecomunicações nas áreas em questão (transmissão de energia sem fios e comunicações rádio)”.
O grupo quer agora criar um protótipo do uniforme militar, bem como “solidificar o trabalho desenvolvido na área da Transmissão de Energia Sem fios com a oportunidade de implementar um sistema completo e agrupar tecnologias inovadoras”.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal