Todos os anos, os parques aquáticos continuam a atrair inúmeros visitantes, tanto portugueses como estrangeiros, ao Algarve. A procura por escorregas e piscinas com ondas mantém-se elevada, mas na região sul do país existem também alguns parques que acabaram por encerrar.
Um parque aquático em particular, está ‘abandonado’ há mais de trinta anos e prepara-se para ser ‘renovado’.
Durante mais de três décadas, o antigo parque aquático Aqualine, situado entre Altura e Monte Gordo, no sotavento algarvio, permaneceu fechado e ao abandono.
Localizado junto à Estrada Nacional 125, próximo da rotunda que dá acesso à Via do Infante, este espaço foi em tempos uma referência para muitos veraneantes da região.
Primeira infraestrutura deste tipo no Algarve
Inaugurado no final dos anos 80, o Aqualine destacou-se como o primeiro parque aquático da região algarvia. Ganhou rapidamente popularidade graças aos seus escorregas de grande porte e às várias atrações dedicadas às famílias durante o verão.
O parque manteve-se operacional até meados da década de 1990. Desde então, surgiram várias propostas para recuperar o espaço, mas nenhuma se concretizou até agora.
Anúncio de transformação do espaço
Segundo divulgou a Câmara Municipal de Castro Marim, o local será reconvertido num empreendimento de turismo rural. O projeto prevê a criação de três pequenas unidades hoteleiras, espalhadas pela área onde funcionava o antigo parque.
A autarquia revelou, em comunicado, que inicialmente foi ponderado um plano mais ambicioso, o chamado Plano Pormenor do Alto da Cruz, que previa uma maior ocupação construtiva.
Contudo, essa hipótese acabou por ser descartada.
Opção por um modelo mais sustentável e discreto
“Considerámos que seria mais interessante, menos intrusivo e mais alinhado com a estratégia definida para o território, evitar o aumento da densidade de construção, como previa o referido plano”, explicou a câmara, destacando o entendimento alcançado com o investidor.
Preservação do espaço e adaptação às estruturas
As três unidades de alojamento previstas manterão a atual configuração de uso do solo. Para além disso, será conservada a envolvente natural, com o objetivo de reduzir a pressão urbanística sobre a linha costeira do concelho.
Encerramento após incidente influente na legislação
O encerramento do Aqualine terá ocorrido num contexto marcado por um trágico acidente em Lisboa, no ano de 1993. Nesse ano, dois menores perderam a vida no Aquaparque do Restelo, ao ficarem presos em condutas com menos de 30 centímetros de diâmetro.
O acidente levou à revisão da legislação relacionada com a segurança nos parques aquáticos em Portugal. Foram introduzidas novas regras legais que exigiam alterações significativas nas infraestruturas.
Muitos parques não conseguiram, alegadamente, suportar os custos associados às novas exigências técnicas. O Aqualine foi um desses casos, acabando por encerrar por não conseguir adaptar-se.
Investimento aposta na valorização sustentável
Com o novo projeto, a Câmara de Castro Marim pretende assegurar a valorização do espaço, respeitando as características do território.
O investimento promete revitalizar a zona, agora com foco na sustentabilidade e no turismo ligado à natureza.
Apesar de ter estado ao abandono durante mais de três décadas, o antigo Aqualine continua vivo na memória de muitos que por lá passaram verões marcantes.
O futuro do espaço aponta agora para uma nova fase, mais integrada com a paisagem e com a identidade local.
Fonte e crédito da imagem: Jornal Postal / Portugal