O Presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde, Miguel Monteiro, falou na sessão especial de apuramento da Oferta Pública de Venda de 381.904 ações da Caixa Económica de Cabo Verde (CECV), detidas pelo Estado de Cabo Verde.
As ações detidas pelo Estado de Cabo Verde na Caixa Económica representativas de 27,44% do capital do banco são colocadas à venda numa operação na bolsa que começa hoje e decorre até 23 de fevereiro.
Esta operação de venda de ações está inserida na Agenda do Governo para a privatização, alienação parcial, concessão ou parceria público-privada de empresas do Setor Empresarial do Estado, e reflete a estratégia do Governo, “de permitir que o setor privado conduza a dinâmica empresarial”.
Miguel Monteiro considera este movimento “crucial para a modernização e expansão do mercado financeiro cabo-verdiano”.
Quanto aos detalhes da operação, estão em oferta um total de 381.904 ações, representativas de 27,44% do capital social do banco CECV. O preço de venda estipulado é de 4.080 CVE por ação (cerca de 37 euros por ação).
O período da oferta é de 11 de janeiro a 23 de fevereiro deste ano, e as ordens de compra poderão ser submetidas através da plataforma caboverdiana Blu-X, ou nos balcões dos bancos operadores de bolsa, anuncia Miguel Monteiro.
O Presidente do Conselho de Administração da BCV acredita “vivamente” no sucesso desta oferta pública, “seguindo os êxitos das duas ofertas públicas realizadas em 2023”.
“Aproveito deste ensejo para referir, a título informativo, que a última oferta pública de venda de ações ocorreu em finais de 2019, tendo como proponente o Estado de Cabo Verde, que alienou 21.000 ações que detinha na Enacol”, disse Miguel Monteiro.
“Vislumbramos inúmeras vantagens da presente oferta pública de venda, na qual destacamos a eventual atração do capital estrangeiro, o aumento considerável do número de investidores, o que promoverá certamente maior liquidez e atratividade para o nosso mercado de capitais, mas também uma oportunidade clara para a nossa diáspora colocar parte das suas poupanças”, acrescenta.
Miguel Monteira sublinha que desde 2023, a diáspora está isenta de impostos sobre o rendimento nos investimentos feitos através da Bolsa de Valores. “Assim, esta iniciativa não só fortalecerá a economia nacional, como também, contribuirá para o amadurecimento do nosso mercado de capitais”.
O Governo de Cabo Verde tem ainda em agenda a privatização de várias empresas, de vários setores de atividade.
“Esperamos, que tais operações continuem a ser feitas preferencialmente por intermédio da Bolsa de Valores”, apelou Miguel Monteiro.