Esta madrugada, de 27 de outubro, os relógios em Portugal continental e nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores atrasou-se 60 minutos, dando início ao horário de inverno.
Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, às 02h00 da madrugada volta a ser 01h00.
Já na Região Autónoma dos Açores, os relógios devem ser atrasados para as 00h00 quando for 01h00 da manhã.
A mudança de hora voltará a acontecer a 30 de março de 2025, adiantando-se, novamente, os relógios uma hora, e dando início ao horário de verão.
Atualmente, o regime de mudança de hora é regulado pelo Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 17/96 de 8 de março, que estabelece que “as mudanças de hora efetuar-se-ão adiantando os relógios de sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de março e atrasando-os sessenta minutos à 1 hora UTC do último domingo de outubro seguinte”.
Por que ainda se muda a hora?
De acordo com a Euronews, a Comissão Europeia propôs, na sequência de uma consulta pública, em setembro de 2018, abolir as alterações sazonais de horário. Já em março de 2019, o Parlamento Europeu aprovou o fim das mudanças de hora nos Estados-Membros da União Europeia.
Contudo, a medida, que deveria ter entrado em vigor em 2021, não foi, até hoje, validada pelo Conselho da União Europeia, que representa todos os Estados-Membros e países. Segundo consta, as negociações deverão estar mesmo paradas.
Mais recentemente, em 2022, um grupo de especialistas, que subscreveu a Declaração de Barcelona sobre Políticas do Tempo assinada, em outubro de 2021, por mais de 70 instituições internacionais, voltou a propor o fim das mudanças de hora na União Europeia e o alinhamento dos fusos horários dos diferentes países.
Segundo os peritos, a manutenção da hora “melhora a saúde, a economia, a segurança e o meio ambiente” e, ao contrário do que alguns países defenderam, as mudanças de hora “não têm efeitos significativos na poupança energética”.
Qual é a opinião dos cidadãos europeus? E de Portugal?
Questionados sobre as mudanças de hora, uma grande maioria dos cidadãos europeus, cerca de 4,6 milhões, defendeu o fim da prática, segundo a publicação.
Por outro lado, cada país teve de indicar a sua posição quando o tema foi discutido no Parlamento Europeu.
Na época, Portugal anunciou que pretendia manter a mudança de hora duas vezes por ano, baseando-se num relatório do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), que dizia que manter apenas a hora de inverno significava “ter o sol a nascer perto das 5 horas na altura do verão, ou seja, uma madrugada de sol desaproveitada, seguida de um final de tarde com menos uma hora de sol, fatores que não são positivos nas atividades da população”.
Já manter apenas o horário de verão, “o sol nasceria entre as 8 e as 9 horas durante quatro meses do ano, no inverno, com impactos negativos”, nomeadamente nas deslocações para o trabalho e para a escola, que seriam feitas com pouca luz.
Fonte e crédito da imagem: www.sapo.pt (com Lusa) / Portugal