A Escola Básica D. Pedro I, em Gaia, encontra-se encerrada devido à greve do pessoal não docente. O cenário, segundo o coordenador do Sindicato de Todos os Professores (S.T.O.P), repete-se noutras escolas do país. No Montijo, revelou ao JN André Pestana, pelo menos, um estabelecimento está de portas fechadas. A adesão à greve, garantiu o sindicalista, está “em crescendo”.
“Há várias escolas fechadas. Acabamos de receber, por exemplo, a informação de que uma escola secundária do Montijo está encerrada pela greve de docentes e pessoal não docente nesta grande luta em defesa de uma escola pública de qualidade para quem lá trabalha e também estuda”, afirmou André Pestana, sem conseguir adiantar um número de escolas encerradas ou uma taxa de adesão à paralisação convocada para o todo o mês de janeiro.
Ainda assim, o dirigente sindical aponta que a adesão à greve está “em crescendo”. “Isto está claramente espalhado. É de Norte a Sul do país”, referiu André Pestana, acreditando que a paralisação já está a surtir efeito. Dá, como exemplo, o facto de o ministério da Educação deixar cair a intenção das escolas recrutarem 30% dos seus professores. Ainda assim, André Pestana espera que “esse recuo” seja traduzido “em papel”.
A greve ditou, na manhã desta quinta-feira, o encerramento da Escola Básica D. Pedro I, em Gaia. Ao JN, o diretor do estabelecimento de ensino explicou que, por volta das 8 horas, nenhum dos funcionários tinha comparecido ao turno. Garantiu ainda que está prevista uma nova avaliação da situação às 11.30 horas, aquando da entrada do segundo turno ao serviço. Caso haja, pelo menos, oito funcionários, os alunos vão ter aulas. Em qualquer um dos cenários, as refeições estão garantidas a todos os alunos.
“Cheguei à escola às 7.30 horas e aguardei até às 8 horas, mas não tinha funcionários. Nem um funcionário. Os alunos foram todos informados que os funcionários estavam a fazer greve e que aguardassem até às 11.30 horas pelo segundo turno, onde entrariam alguns funcionários. Se houver, no mínimo, oito funcionários – um para cada pavilhão – e estejam garantidas as condições de segurança, eu abro a escola. Tenho de acautelar a segurança dos alunos. Não posso pôr isso em causa”, referiu ao JN António Duarte.
Se esse número mínimo de funcionários for atingido, António Duarte explicou que será feita uma escala para que “nenhum aluno ou pavilhão de aulas fique a descoberto”.
“Coloquei uma informação no portão da escola a dar indicação que, após as 11.30 horas e se houver condições de segurança, iria abrir a escola. Informei ainda que está garantida a refeição a todos os alunos. Não só aos carenciados. É uma questão social. Todos os alunos que pretendem vir almoçar é um direito que têm”, frisou o diretor da Escola Básica D. Pedro I.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: António Gomes / Arquivo Global Imagens