A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou esta quinta-feira as primeiras descobertas com o telescópio Euclid, que tem mão portuguesa, nomeadamente “cinco novas imagens de grande formato 8K que oferecem uma visão cósmica sem precedentes, com galáxias anãs, esteiras de estrelas e planeta errantes”, indica um comunicado enviado às redações.
A missão espacial Euclid 1 publicará nesta semana os seus dez primeiros artigos científicos, disponíveis a partir desta sexta-feira, menos de um ano após o seu lançamento, em julho do ano passado.
“Serão reveladas as descobertas de planetas vagabundos em berçários de estrelas, novos enxames de estrelas fora da nossa galáxia e novas galáxias anãs ténues, assim como esteiras de estrelas arrancadas à sua galáxia-mãe, ou a primeira tentativa para detetar a perda de estrelas por enxames globulares na interação com a nossa própria galáxia”, explica a nota.
“Estas imagens ilustram a capacidade do telescópio Euclid de obter imagens do espaço extremamente nítidas e de grande campo”, comentou Jarle Brinchmann, do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) e da Universidade do Porto, membro fundador do Grupo de Coordenação do Consórcio Euclid e cocoordenador do Legado Científico do Euclid.
“As imagens são espetaculares, e provavelmente não haverá nada como estas imagens, na luz visível, durante as próximas décadas”, afirmou, citado pelo comunicado enviado às redações.
Para a obtenção destas imagens foi “essencial” o trabalho de uma equipa liderada pelo IA, com a “triagem dos alvos das imagens e os momentos no calendário do telescópio em que aqueles poderiam ser observados” a ser decidida pela equipa liderada por Ismael Tereno, do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (CIÊNCIAS ULisboa).
“Esta equipa, financiada pela Agência Espacial Portuguesa, é a responsável pelo plano de rastreios com a duração de seis anos e para o qual este telescópio foi primariamente desenhado – plano que irá revelar as componentes invisíveis do Universo”, explica a nota.
O telescópio espacial Euclid cobre grandes áreas do céu em grande detalhe e profundidade, e capta uma ampla gama de objetos em simultâneo, brilhantes e ténues, próximos e distantes, de planetas a vastos enxames de galáxias.