O Benfica entrou esta quarta-feira em falso na estreia na Champions 2023-24, perdendo na Luz por 0-2 com o RB Salzburgo, num jogo onde começou adormecido, sofreu um golo de penálti e ficou reduzido a 10 muito cedo, e apesar de ter esboçado reação, voltou a ver os austríacos a marcar quase no início da segunda parte.
Na Liga dos Campeões, perder jogos em casa, ainda por cima diante de adversários teoricamente mais fracos, não é bom sinal. E o próximo compromisso é dia 3 de outubro, frente ao Inter Milão, em Itália, o finalista vencido da época passada.
O jogo era especial em termos emocionais para o treinador Roger Schmidt, pois foi no RB Salzburgo, na temporada 2013-14, que o técnico alemão venceu os primeiros troféus da carreira – o campeonato e a Taça da Áustria.
Emoções à parte, Schmidt manteve o mesmo onze que tinha vencido o Vizela no fim de semana. Apesar de ter referido no início da época que este ano tinha mais soluções no plantel, o que permitira fazer rotações, o alemão apostou na mesma equipa, com Aursnes ainda adaptado a defesa esquerdo, o meio-campo do costume e Musa como jogador mais adiantado – Florentino, Neres e Arthur Cabral ficaram no banco.
Foi um início de jogo desastrado do Benfica, que entrou muito mal na partida, sob intensa pressão dos austríacos. Logo aos três minutos, o árbitro assinalou uma grande penalidade por falta do guarda-redes Trubin (longe de ter uma noite brilhante…) sobre Pavlovic, mas Konaté atirou por cima.
Aos 15″, já depois de João Mário ter atirado uma bola ao poste, novo penálti, e os austríacos não facilitaram. António Silva cortou com a mão uma bola que tinha batido na trave, foi expulso, e na cobrança Simic não perdoou – o central benfiquista admitiu o erro no final do jogo e pediu desculpas
A expulsão madrugadora condicionou cedo a estratégia de Roger Schmidt, que foi forçado a fazer uma substituição para equilibrar a equipa na defesa com a expulsão de António Silva, abdicando de João Mário para a entrada de Morato.
Contudo, a partir dos 20″, as águias começaram a libertar-se, com Di María como principal agitador e a explorar (e bem) as faixas laterais. Aos 25″, o argentino, de livre, permitiu uma grande defesa a Schlager; dois minutos depois atirou por cima, e aos 32″ quase marcou de… canto direto.
Apesar de jogar reduzido a 10, o Benfica, movido a Di María, a aproveitar a velocidade de Rafa e com João Neves muito combativo a meio-campo, terminou a primeira parte mais dominador, com mais posse de bola e mais remates à baliza.
E aos 39″, Musa quase marcou, mas estava em posição de fora de jogo. O clube da Luz entrou a dormir, viu António Silva ser expulso, mas acordou e mostrou que ia discutir o jogo.
Novo balde de água fria cedo
O Benfica voltou a entrar bem na segunda parte e esteve muito perto do empate aos 50″, com Musa a rematar cruzado e a permitir nova grande defesa a Schlager.
Mas a procura do golo do empate obrigou a equipa a abrir espaços… e o Salzburgo chegou ao 2-0 aos 51″, num lance em que Morato facilitou numa zona proibida, com Simic a aproveitar e a servir Gloukh para o golo.
A missão que já era complicada, tornou-se quase impossível. Mesmo assim, o Benfica nunca desistiu. Musa foi dando trabalho aos defesas austríacos, mas a melhor oportunidade foi de João Neves, num cabeceamento aos 56″, após canto de Di María, para nova grande defesa de Schlager (uma exibição para recordar).
Aos 72″, Schmidt mexeu na equipa, lançado David Neres e Chiquinho para os lugares de Di María e Kokçu. Otamendi ainda tentou reduzir com um remate acrobático aos 74″, e na resposta o Salbzurgo atirou às malhas laterais.
O jogo chegou ao fim sem alterações no resultado, com o Benfica a deixar escapar três pontos no arranque da Liga dos Campeões. No outro jogo do Grupo D, a Real Sociedad e o Inter Milão empataram a um golo.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Gerardo Santos / Global Imagens