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Empate no dérbi ao cair do pano não chega para o Benfica celebrar

Foi até ao fim. O dérbi voltou a dar empate a dois golos e agora só falta jogar-se a última jornada para se definir o campeão nacional, sendo certo que o Sporting não vai marcar lugar na próxima Champions, uma vez que o terceiro lugar já é inatingível.

O Benfica parte para a 34.ª ronda com dois pontos de avanço sobre o FC Porto e só precisa de empatar frente ao Santa Clara para selar a conquista. João Neves, já na compensação final, aproveitou uma enorme confusão na área leonina para estabelecer o resultado final, após um jogo bem disputado e dominado à vez.

Depois de momentos de alguma tensão vividos nas imediações do estádio e já dentro do recinto, as duas equipas subiram ao relvado sem grandes novidades para o 316.º dérbi.

No lado leonino, Franco Israel surgiu como guarda-redes, substituindo o castigado Adán, com Diomande e Inácio a ladearem o capitão Coates. Esgaio regressou ao onze depois do “teste” a Bellerín, o meio-campo foi o do costume quando não há impedimentos, e no ataque Amorim apostou no trio mais móvel, deixando Paulinho e Chermiti no banco, com Trincão a partir de uma posição mais central.

Do outro lado, Roger Schmidt escalou a equipa que estivera em bom plano na viagem a Portimão, com a natural troca de Morato pelo capitão Otamendi, de regresso após cumprir suspensão. De resto, Aursnes continuou como defesa direito, João Neves e Chiquinho constituíram a dupla de meio-campo e Neres manteve-se como titular, naquelas que podiam ser as dúvidas antes do apito inicial.

@Pedro Rocha / Global Imagens

Com o selecionador Roberto Martínez nas tribunas e o antigo goleador e treinador Manuel Fernandes a ser homenageado no relvado – com a presença de outros antigos capitães leoninos, incluindo o magriço Hilário -, o jogo arrancou com o Benfica a sair com a bola.

E isso não foi só um pormenor: durante os primeiros dois minutos, os encarnados surgiram a pressionar alto e o Sporting pareceu sentir dificuldades. Foram praticamente os únicos em que o conseguiram fazer numa primeira parte completamente dominada pela equipa da casa, de tal forma que a vantagem de dois golos no descanso só pecava por escassa.

Sempre tranquilos e pacientes (e com a bola em 63% do tempo), os leões foram conseguindo sempre construir os seus ataques, até começarem a encontrar brechas na defesa visitante, fosse à direita ou à esquerda, onde Nuno Santos, ainda o único campeão pelos dois clubes em campo, mostrou estar em noite particularmente inspirada.

Aos 12 minutos, Pote primeiro e Diomande depois deixaram os primeiros avisos. O Sporting ia ganhando cantos e raramente consentia que o Benfica incomodasse Franco Israel, atacando depois ou em transições rápidas ou num jogo tricotado, com a bola a passear de flanco para flanco e Ugarte e Morita a dominarem o meio-campo.

Pote, aos 21 minutos, desperdiçou de forma incrível um cruzamento perfeito de Esgaio, que combinara com Edwards, não acertando na bola – os adeptos leoninos bem se devem ter lembrado do falhanço de Bryan Ruiz, embora desta feita o avançado verde e branco tenha deixado passar a bola.

O mal-amado lateral leonino ainda obrigou Vlachodimos a grande defesa (32″) e quase oferecia um golo a Trincão (37″) mas o inevitável, perante o que se estava a passar, acabou mesmo por acontecer dois minutos depois.

Passe a rasgar de Nuno Santos que António Silva não conseguiu intercetar, com Trincão a rematar de carrinho. O guardião encarnado ainda parou essa bola, mas o dianteiro não desistiu e marcou sem problemas o 1-0.

Pouco depois, novo lance com Nuno Santos em foco, a fugir pela esquerda e a tentar servir Pote na área. António Silva (que vai falhar a última jornada) conseguiu cortar mas, do canto, apareceu o 2-0. Desta feita batido pelo esquerdino, a bola caiu na cabeça de Diomande que não teve problemas em se impor a Grimaldo, cabeceando para o fundo da baliza, naquele que foi o seu primeiro golo pelos leões.

A diferença estava no banco

Para a segunda parte, Roger Schmidt fez entrar Bah tentando estancar a sangria que estava a acontecer naquele flanco. João Mário, sempre assobiado, foi o sacrificado, com Aursnes a subir no terreno. E seria o norueguês a fazer o primeiro remate enquadrado dos líderes da Liga, que Israel agarrou com grande segurança (47″).

Mais pressionante e aguerrido, ganhando as bolas divididas graças a uma maior intensidade nos duelos individuais, o Benfica começou a fazer aquilo que não tinha conseguido até aí, empurrando os leões para a sua zona defensiva. Estes já não conseguiam sair como o tinham feito na primeira parte e o jogo virou completamente.

Rúben Amorim trocou então Edwards por Paulinho e o Sporting começou a apostar mais nas bolas longas, em vez de construir desde trás. Mais vezes no ataque, os visitantes ameaçavam reduzir. O técnico alemão, ainda assim, não estava contente.

Tirou Rafa e Gonçalo Ramos para lançar Gonçalo Guedes e Musa. O croata não demorou muito a assustar boa parte de Alvalade, num lance individual concluído com um remate cruzado que saiu rente ao poste (67″).

O que se adivinhava acabou por acontecer: Gonçalo Guedes cruzou da direita, a bola chegou à esquerda e Grimaldo aproveitou bem o facto de Diomande ter ficado no chão para colocar a bola na cabeça do norueguês, que não perdoou e assinou o 2-1 (71″).

Temendo o pior, Amorim foi lançando homens frescos para o jogo. Primeiro Bellerín e Matheus Reis, depois Essugo e Arthur – o que só mostrou a diferença das opções entre as duas equipas. Aos 86 minutos, Paulinho isolado desperdiçou a hipótese de fazer o 3-1 e os minutos finais foram de grande tensão junto à área leonina.

E, no quarto minuto da compensação, o 2-2 chegou mesmo, num lance de grande confusão que João Neves aproveitou para gelar o estádio do rival.

Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal