O Alentejo vai receber um santuário para elefantes em fim de vida. O local escolhido? O distrito de Évora, mais propriamente nos concelhos de Vila Viçosa e Alandroal.
Ainda pouco se sabe sobre o projeto, mas ao DN fonte da autarquia de Vila Viçosa confirmou a notícia e garantiu que o investimento é totalmente privado. “A Câmara intervém e foi consultada, claro, para confirmar e licenciar algumas coisas, mas não irá investir”, indicou. Por isso a autarquia de Vila Viçosa só terá servido para “licenciar e autorizar as obras” necessárias para a construção deste santuário.
O DN contactou também a autarquia do Alandroal, não tendo obtido resposta em tempo útil.
É já sabido, no entanto, que o fundo responsável pelo projeto adquiriu três propriedades onde irá ficar localizado o santuário. No total, são cerca de 400 hectares (equivalente a aproximadamente 400 campos de futebol): 200 em duas propriedades na freguesia de Pardais (Vila Viçosa) e outros tantos já no concelho vizinho de Alandroal. Segundo as notícias avançadas pela imprensa local – e entretanto confirmadas pelo autarca calipolense em assembleia municipal –, estes três locais serão o santuário para estes animais, oriundos de circos não só em Portugal mas também internacionais. Uma vez que se trata de animais em fim de vida, será também construído um cemitério para os elefantes que ali morrerem.
De acordo com a imprensa local, o projeto foi pensado e está a ser executado por Kate Moore, que pertence a um fundo internacional para a proteção das espécies de elefantes e cuja intenção é dar a estes animais um espaço na planície alentejana para passarem os últimos dias de vida.
Elefantes já ocuparam a região
Atualmente não existem quaisquer elefantes na região do Alentejo. No entanto, este cenário nem sempre foi assim, uma vez que existem estudos que indicam que estes animais já viveram na região. Ao que tudo indica, segundo a revista National Geographic Portugal, estes animais viveriam na Costa Vicentina – a várias centenas de quilómetros da localização do futuro santuário -, nomeadamente na zona de Porto Covo, Vila Nova de Milfontes e na zona dunar do Malhão.
Além disso, os investigadores terão ainda concluído que os animais de então seriam “mais robustos, verdadeiros pesos-pesados”, que terão percorrido os campos dunares de então nos locais onde hoje estão as praias do litoral alentejano. Um dos paleontólogos responsáveis pela descoberta referia que, na altura (2010), a equipa descobrira “um conjunto de pegadas de grandes e pequenos mamíferos, entre as quais as de um elefante que existiu na Europa, o Elephas antiquus“, equivalente ao atual elefante-asiático.
Segundo os estudos, a presença mais antiga remonta a cerca de 100 mil anos, com os vestígios – sobretudo pegadas – mais recentes a estarem datados de há pouco menos de 40 mil anos, provando assim que as espécies de então presenciaram várias mudanças de clima e ecossistema até serem expulsas daquela parte do país – ou até mesmo extintas, em alguns casos – devido à ação humana de então.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Reinaldo Rodrigues / Global Imagens
