A diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), incluindo o presidente Ednaldo Rodrigues, foi afastada do comando da entidade no final da tarde desta quinta-feira (15), seguindo determinação do desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Gabriel de Oliveira Zefiro.
A decisão também determina que Fernando Sarney, um dos vice-presidente da CBF e que pediu à Justiça o afastamento de Rodrigues, atue como interventor da entidade, tendo como uma de suas principais responsabilidades realizar eleições “o mais rápido possível”.
O afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da CBF acontece dez dias após a deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil/RJ), mais conhecida como Daniela do Waguinho, entrar com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o afastamento imediato do dirigente.
Além disso, a parlamentar solicitava a revisão do acordo homologado pelo STF em fevereiro, que reconheceu a legalidade do processo eleitoral da entidade em 2022.
A petição protocolada pela deputada e ex-ministra do Turismo apontava, na ocasião, a falsificação de uma das cinco assinaturas que ratificaram o acordo homologado pelo STF no início do ano.
Trata-se da assinatura de Antônio Carlos Nunes, também conhecido como Coronel Nunes, ex-presidente da CBF e um dos vice-presidentes da entidade no mandato anterior de Ednaldo Rodrigues. A parlamentar questionava o acordo, com base no artigo 168 do Código Civil, que dá permissão ao juiz de anular “negócio jurídico ou seus efeitos” quando houver vício de consentimento.
“Declaro nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido por Coronel Nunes”, afirma o desembargador Gabriel de Oliveira Zefirona decisão publicada nesta quinta.
“A consequência imediata e lógica consiste no reconhecimento da ilegitimidade da atual administração da CBF, fruto do acordo declarado nulo. A entidade não pode restar acéfala e é imperativo que se realizem eleições lícitas, dentro da legalidade estatutária”, acrescenta a nota.
Ednaldo Rodrigues, que está no Paraguai participando do congresso da Federação Internacional de Futebol (FIFA), é afastado do comando da CBF três dias após anunciar a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti, atualmente no Real Madrid (Espanha), para assumir o comando da seleção brasileira.
Interventor da CBF diz que ‘não mexerá’ em acerto com Ancelotti
Nomeado interventor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por decisão judicial, Fernando Sarney afirmou na noite da última quinta-feira (15) que manterá a contratação do treinador italiano Carlo Ancelotti para assumir a seleção.
Treinador Carlo Ancelotti. Crédito da imagem: Susana Vera / Reuters
O acordo havia sido anunciado no início da semana pelo presidente Ednaldo Rodrigues, afastado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que determinou que Sarney deverá convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
“Não vou mexer com isso (contrato Ancelotti), não. O futebol segue a sua vida. Sou apenas transitório”, declarou Sarney, filho do ex-presidente da República, José Sarney (MDB).
“Meu objetivo é no menor espaço de tempo fazer a eleição, resolver isso para acabar com essas brigas na Justiça”, comentou o interventor, após ser designado para a função.
A declaração foi dada após o desembargador Gabriel Zafiro, relator da decisão no TJ-RJ, determinar “o afastamento da atual diretoria da CBF e que o vice-presidente, Fernando Sarney, realize a eleição para os cargos”.
Ednaldo, por sua vez, anunciou que recorreu da medida ao STF. Ele falou com a imprensa no Paraguai, onde participa do congresso da FIFA.
O pedido será analisado pelo ministro Gilmar Mendes, que no início de maio havia rejeitado outro pedido de afastamento do dirigente, que enfrenta resistências dentro da CBF.
Fontes: www.agenciabrasil.ebc.com.br (com informações da agência de notícias Reuters) / www.terra.com.br
Crédito da imagem: Chalinne Thirasupa / Reuters