A Associação Internacional de Cruzeiros (CLIA) afirma que a Ecotaxa que será aplicada pelos Açores a partir de janeiro de 2025, não “vai reduzir as emissões, é o trabalho prático e os investimentos feitos pela indústria de cruzeiros que vão reduzir as emissões”.
A sobretaxa consiste na aplicação de uma taxa de 3 euros por passageiro de navios de cruzeiro, sendo que foi considerada “infeliz” pelo diretos Diretor para os Assuntos Governamentais e Europeus da CLIA, Nikos Mertzanidis, que salienta que a associação está a “trabalhar em estreita colaboração com os parceiros do ecossistema de cruzeiros nos Açores, a fim de mitigar o risco, desejando, paralelamente, vir a trabalhar com o Governo Regional para facilitar a devolução de receitas aos portos dos Açores para melhorar o seu desempenho ambiental”.
De acordo com os dados mais recentes da CLIA, o impacto do turismo de cruzeiros na economia portuguesa é significativo, estimando-se que este tipo de turismo tenha gerado proveitos totais no valor de 487 milhões de euros, o que inclui compras das linhas de cruzeiro a fornecedores locais no valor de 70 milhões de euros, 121 milhões de euros de investimento em construção naval e cerca de 24,8 milhões de euros na remuneração das 7900 pessoas que, em Portugal, trabalham diretamente neste sector.
“As companhias de cruzeiro planeiam os itinerários com pelo menos dois anos de antecedência. Asseguram os preços do combustível, os custos de conversão da moeda, os custos de atracação e portuários, a fim de fornecer antecipadamente ao cliente um preço fixo, os navios de cruzeiro contribuem para o destino através de um elevado número de taxas e direitos nos portos de escala. O ónus adicional criado pela introdução de impostos duplos e triplos a nível governamental funciona como um fator de dissuasão”, revela Nikos Mertzanidis.
Os Portos dos Açores estão entre os portos mais importantes para as travessias atlânticas em termos de tráfego de passageiros em 2022, com mais de 125 mil passageiros e 200 escalas de navios de cruzeiro.
Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal