Três em três e mais três pontos num clássico com três golos. O FC Porto mantém-se vivo na luta pelo título, depois de bater novamente o Sporting (2-1) este domingo em Alvalade, num jogo em que foi mais eficaz e onde beneficiou das constantes alterações feitas por Rúben Amorim e da fraca produtividade ofensiva do ataque leonino, que só marcou quando já pouco havia a fazer.
A equipa de Sérgio Conceição está assim a cinco pontos do líder Benfica, enquanto os verde e brancos ficam ainda mais longe da possibilidade de jogar a próxima Liga dos Campeões.
Entrando no relvado sem vencer o FC Porto há sete jogos, os últimos quatro com derrotas, Rúben Amorim optou por uma verdadeira revolução, fazendo alinhar um onze inédito. Na defesa, trocou os dois laterais, com o espanhol Bellerín a surgir no lugar de Esgaio e Fatawu no de Nuno Santos, relegado para o banco.
Os centrais mantiveram-se os que têm sido mais utilizados mas, no meio-campo, em vez de Morita (que nem esteve na ficha do jogo, por questões físicas), surgiu Pedro Gonçalves. E, na frente, manteve Chermiti, mesmo com Paulinho disponível, enquanto Trincão voltou a ser titular apesar das prestações menos conseguidas dos últimos jogos em que teve minutos (este domingo não foi diferente e acabou substituído aos 34 depois de se mostrar desligado e sem chama).
Do outro lado, Sérgio Conceição, limitado por uma onda de lesões no plantel, também decidiu alterar a equipa que tem utilizado, com a inclusão de André Franco, juntamente com Uribe e Grujic. No entanto, o ex-estorilista, autor do golo do triunfo em Viseu, acabou por se posicionar no flanco direito, enquanto Pepê se tornava um “vagabundo” na frente de ataque, tentando ligar as ações ofensivas que iam dar a Taremi, como já sucedera na primeira volta.
Mesmo sem golos, as duas equipas proporcionaram uma bela primeira parte. Preocupados apenas em jogar futebol (apenas 14 faltas, bem divididas, e dois amarelos), os jogadores dedicaram-se à sua arte e o resultado foram 45 minutos de qualidade, com hipóteses nas duas balizas: mais as do Sporting, melhor a do FC Porto.
Os dragões entraram um pouco melhor mas, assim que assentou (depois de ganhar três cantos seguidos e um livre lateral), a equipa da casa esteve muito perto de abrir o marcador à passagem do 20.º minuto, quando Edwards desviou um cruzamento rasteiro de Matheus Reis bem rente ao poste de Diogo Costa.
Aliás, foi quase sempre assim que os leões podiam ter marcado: Trincão desperdiçou uma assistência de Bellerín rematando fraco em posição frontal (23′) e Chermiti acertou em Marcano depois de novo cruzamento do sucessor de Porro, que esteve em bom plano (41′). A outra foi num livre direto em cima do intervalo, com Diogo Costa a corresponder com uma grande defesa ao remate de Marcus Edwards.
Do outro lado, Galeno não soube aproveitar um corte desajeitado de Coates, rematando muito por cima quando estava em ótima posição (22′), mas a grande ocasião surgiu 11 minutos depois, quando Taremi, isolado pelo brasileiro, rematou à trave de Adán e Marcano desperdiçou a recarga de baliza aberta, cabeceando por cima.
E aparecem os golos
Para o segundo tempo, Amorim lançou Nuno Santos no lugar de Fatawu. Mas o FC Porto voltou a entrar melhor e, desta vez, soube controlar a ténue reação dos leões – um remate enrolado do desinspirado Pote contra o muro defensivo (54′).
E, aquilo que o FC Porto procurava desde o início quando tinha a posse (entrar em tabelas pelo centro da defesa), acabou mesmo por resultar, embora de forma algo aleatória: Uribe arrancou, Ugarte (que estava a ser o melhor leão em campo) cortou contra o pé do colombiano, fazendo a bola ressaltar pelo meio das pernas de Inácio e ficar à mercê do portista, que não perdoou no frente a frente com Adán (61′).
O técnico leonino pareceu ficar desnorteado, procurando soluções alternativas. Nove minutos depois, trocou Esgaio (em campo há apenas um quarto de hora!) por Arthur e Matheus Reis por Diomande. Com Paulinho descaído na esquerda, a equipa parecia ter cada vez menos rotinas, ao contrário do FC Porto (onde Toni Martínez rendera Galeno, mais uma preocupação para Conceição), cada vez mais confortável em campo, controlando facilmente as desajeitadas incursões dos verde e brancos.
E a maior experiência do FC Porto ainda valeu mais um golo já nos descontos, com um toque de classe de Pepê que, isolado, picou a bola sobre Adán (90’+4), embora numa altura em que o exagerado recuo da equipa já permitia que o Sporting criasse ocasiões.
E foram três na fase final, todas por Chermiti ao segundo poste: na primeira permitiu a defesa de Diogo Costa, na segunda marcou mas estava fora de jogo e na terceira fez mesmo o 1-2 com um belo cabeceamento a cruzamento de Arthur.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: AFP