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Depressão Martinho: quase seis mil ocorrências, maioria na Grande Lisboa, e 15 desalojados

O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) disse hoje à Lusa que a tempestade de hoje de madrugada provocou danos em culturas, em estufas no Oeste e Alentejo, e que agora terão de ser contabilizados pelas autoridades.

“A tempestade de ontem danificou estufas, partiu árvores, estragou culturas. Especialmente nas estufas já tenho relatos de vários casos de destruição tanto aqui na Zona Oeste como no Litoral Alentejano”, disse Luís Mira à Lusa.

O responsável afirmou que agora cabe às Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) avaliar rapidamente o que se passou e fazer “uma listagem dos prejuízos e apresentar essa situação ao Ministério [da Agricultura”.

Segundo explicou, para esses produtores há fundo europeus para reposição do potencial produtivo.

Constrangimentos nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines e Leixões

A passagem da depressão Martinho está a causar constrangimentos nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines e Leixões, anunciou hoje o Ministério das Infraestruturas e Habitação (MIH).

Numa nota enviada às 12:h46, o MIH destacou que no Porto de Lisboa “os navios de cruzeiro aguardam entrada e outros não conseguiram entrar devido à ondulação de quatro metros na barra do porto”.

“Há também navios de carga em espera por melhoria das condições meteorológicas”, acrescentou.

No Porto de Setúbal também “não estão previstas entradas e saídas da barra enquanto não melhorarem as condições meteorológicas”.

No Porto de Sines (distrito de Setúbal) está limitada a entrada de navios em dois dos terminais.

Em Leixões (concelho de Matosinhos, distrito do Porto), a depressão danificou infraestruturas no porto, “mas sem implicação no terminal ou no funcionamento da portaria”, destacou o MIH.

 A situação na Linha de Cascais está a normalizar, uma vez que foi retomada a circulação de comboios, por volta das 12:50, entre o Cais do Sodré (Lisboa) e Algés (Oeiras). Esteve totalmente interrompida devido aos mau tempo que provocou danos significativos numa catenária, de acordo com a Comboios de Portugal (CP).

Fonte da Infraestruturas de Portugal (IP) confirmou à Lusa a reabertura deste troço da Linha de Cascais, no distrito de Lisboa, realçando que a circulação já se faz nos dois sentidos.

Antes, a IP informou sobre o restabelecimento da circulação na Linha de Cascais, dando conta que seria “feito de forma faseada”.

Na nota da IP, citada pela Lusa, foi rereferido que às 12h00 a Linha do Norte estava condicionada entre Bobadela (Loures, distrito de Lisboa) e Alverca (Vila Franca de Xira, no mesmo distrito), onde a circulação estava apenas a efetuar-se por duas (das quatro) vias.

Vento forte causa estragos em dois campos de futebol no concelho de Beja

A queda de várias árvores, causada pelo vento forte registado na madrugada de hoje, devido à depressão Martinho, provocou estragos avultados em dois campos de futebol no concelho de Beja, além de ter danificado mais de duas dezenas de viaturas.

Numa nota publicada na sua página oficial na rede social Facebook, a Câmara de Beja revelou que o Complexo Desportivo Fernando Mamede “sofreu danos consideráveis ao nível da vedação, banco de suplentes, estrutura de lançamentos, postes de salto à vara, e redes de sustentação do recinto, bem como a pista de aeromodelismo”.

Já na freguesia de Salvada, no Campo de Jogos Terras de Pão, a queda de árvores destruiu grande parte da vedação do recinto desportivo, assim como uma baliza, confirmou à agência Lusa o presidente do clube local.

“Existe muita destruição, pois as árvores que circundam o campo de jogos acabaram por ceder com a força do vento e destruíram grande parte da vedação à volta do campo, incluindo uma das balizas, que está totalmente destruída”, disse o presidente do Clube Desportivo e Recreativo Salvadense, Manuel Carvalho.

Questionado pela Lusa sobre o valor do prejuízo, o dirigente alentejano disse não ser possível, “de momento, quantificar isso”.

“Mas é sempre muito para quem não tem praticamente nada”, frisou, reconhecendo ser “desolador” ver o trabalho do clube “totalmente destruído”.

Manuel Carvalho disse ainda que “já foi agilizada” com a Junta de Freguesia de Salvada e Quintos e o município de Beja a remoção dos destroços, estando o clube igualmente “em contacto com a Associação de Futebol de Beja”.

Segundo fonte do Comando Sub-Regional do Baixo Alentejo, até cerca das 12:20 foram registadas mais de 80 ocorrências no distrito de Beja, sobretudo quedas de árvores.

A mesma fonte acrescentou que os concelhos mais afetados foram Beja e Ferreira do Alentejo, assim como Almodôvar e Mértola, não existindo qualquer ocorrência registada nos municípios de Alvito e Barrancos.

A queda de árvores e outras estruturas causaram também danos em 21 viaturas na cidade de Beja, disse à Lusa o comandante dos bombeiros voluntários, Pedro Barahona.

O responsável acrescentou ter também registo de “ecopontos que voaram, tendo provocado um despiste de uma viatura, mas sem vítimas, na Avenida Comandante Ramiro Correia, em Beja”.

Na nota publicada no Facebook, a Câmara de Beja informou que o troço da Estrada Nacional 391 entre as duas entradas para a aldeia de Cabeça Gorda está cortado ao trânsito, devido “a queda de árvore de grande porte”.

Fonte e crédito das imagens: Diário de Notícias / Portugal