Depressão Cláudia coloca barragens portuguesas a 80%

A forte precipitação que ocorreu nos últimos dias colocou as barragens nacionais a 80% do volume total armazenado, mais 4,5% face à semana anterior.

No espaço de duas semanas, os reservatórias das barragens subiram mais de 8% para 10.543 hm3.

Neste momento, 40 albufeiras, a maioria, encontram-se entre 81% a 100 da sua capacidade, com 23 albufeiras entre os 61-80%, com as restantes 16 abaixo dos 60% (com uma destas entre os 0-20%), segundo os dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Isto é, mais de 50% apresenta disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 6% têm disponibilidades inferiores a 40%.

A depressão Cláudia provocou 3 mortes e mais de 4 mil ocorrências entre quarta-feira e domingo, com as sub-regiões mais afetadas a serem a Península de Setúbal, área metropolitana do Porto e o Algarve.

Mais de 12 mil operacionais estiveram envolvidos na resposta a estas ocorrências, segundo o balanço da Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), de acordo com a “Lusa”.

As barragens encontram-se num nível superior às médias históricas de armazenamento para o mês de novembro (série histórica de 1990/91 a 2023/24), à exceção das bacias Mira e Ribeiras do Barlavento.

A bacia com mais água armazenada (em percentagem) é a do Vouga com quase 100%, mais de 25 pontos face à média histórica. Segue-se a do Douro com 90%, mais seis pontos face à média histórica, e a do Oeste com 90%, quase mais 40 pontos face à média. Apenas as bacias do Sado e do Barlavento estão neste momento abaixo dos 50%.

Pela negativa, as bacias do Mira e do Barlavento algarvio ficam abaixo da média história, com a primeira nos 53%, menos 14 pontos face à média, e a segunda nos 45% menos 10 pontos.

Face a período homólogo, a bacia hidrográfica do Tejo foi a que registou a maior subida em volume: mais 357 hm3. Segue-se o Cávado e o Guadiana com 110 hm3 cada. As bacias do Ave, Sado e Ribeiras do Alentejo registaram as menores variações: menos de 2 hm3 cada uma.

Os reservatórios contam com mais 1.000 hm3 face ao mesmo período do ano passado.

A nível individual, as barragens que mais subiram no espaço de uma semana em percentagem foram a de Lagoacho (Mondego, uso para energia), Magos (Tejo, rega) e de Varosa (Douro, energia), com subidas de 35% cada.

Mas houve vários recuos, como no Douro, Bemposta (-4%), Picote (-5%) e Valeira (-1%); no Mondego, Caldeirão (-8%) e Fagilde (-1%); no Tejo, Belver (-2%); no Guadiana, Monte Novo (-5%).

Alguns destes recuos podem-se explicar por gestão das albufeiras: para evitar cheias, as barragens são esvaziadas parcialmente para encaixar as cheias.

Quais as barragens no nível máximo? Paradela no Cávado, Ribeiradio no Vouga, Lagoa Comprida no Mondego, Cova do Viriato no Tejo, todas com 100%.

Em sentido contrário, a albufeira de Serra Serrada no Douro é a que tem nível mais baixo: 18%. Segue-se Monte da Rocha no Sado com 22% e outras duas neste rio: Roxo e Campilhas (33% cada), a que se junta Vigia no Guadiana, também com 33%.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal