Pesquisar
Close this search box.

Dakar 2023 arranca com 17 pilotos portugueses e mais quilómetros

A 45ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno arrancou este sábado e vai até 15 janeiro, com mais duas etapas do que a edição anterior, e também com mais 450 quilómetros cronometrados, anunciaram os organizadores.

Com um prólogo seguido de 14 etapas, os 820 participantes enfrentam um total de 8549 quilómetros, 4706 deles cronometrados, com “mais dureza” do que a prova de 2022.

No ano passado, muitos disseram que sentiam falta de mais dificuldade. O terreno nem sempre nos propicia aquilo que queremos. Por isso, tivemos que dar voltas à cabeça. Fomos em busca de mais dificuldades e de percursos mais extensos”, frisou o diretor da corrida, o francês David Castera, durante a apresentação da prova, em direto do site oficial do rali.

A edição de 2023 vai cruzar a Arábia Saudita, país que acolhe a prova pelo quarto ano consecutivo, desde a costa do Mar Vermelho até ao Golfo da Arábia.

A primeira semana será marcada pelas especiais mais longas, com mais de 400 quilómetros, enquanto as dunas chegam na segunda metade da prova, que inclui uma etapa maratona entre as 11.ª e 12.ª etapas.

Entre as novidades no regulamento, destaque para a eliminação dos descansos obrigatórios de 20 minutos a meio das etapas para os pilotos das motas, bem como um sistema de bonificação para os vencedores das etapas nas duas rodas, que até aqui tinham a obrigação de abrir a pista no dia seguinte, o que prejudicava a navegação.

À partida, no dia 31 de dezembro, num mega-acampamento criado especialmente para o efeito, estarão 455 veículos, com 820 participantes. Cerca de 17 pilotos são de origem portuguesa.

A Rui Gonçalves (Sherco), Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), António Maio (Yamaha), Mário Patrão (KTM), nas motas, junta-se o luso-germânico Sebastian Buhler (Hero).

Nos automóveis participam os navegadores Paulo Fiúza (copiloto do lituano Vaidotas Zala, num Hunter) e José Marques (do lituano Gintas Petrus, num Chevrolet).

Desta vez, a maioria da armada nacional está inscrita nos veículos ligeiros, os SSV, com Hélder Rodrigues/Gonçalo Reis (BRP Can-Am), João Ferreira/Filipe Palmeiro (Yamaha), para além de Ricardo Porém, navegado pelo argentino Augusto Sanz (Yamaha) enquanto Paulo Oliveira (que corre com licença moçambicana) terá como copiloto o espanhol Miguel Alberty (Can-Am Maverick).

Já Pedro Bianchi Prata será o navegador do piloto brasileiro Bruno Conti de Oliveira (BRP Can-Am) e Fausto Mota, que corre com licença espanhola, navega o brasileiro Cristiano Batista (BRP Can-Am).

Nos camiões, José Martins está inscrito como piloto num Iveco do Team Boucou, com o navegador francês Jeremie Gimbre e o mecânico gaulês Eric Simonin. Armando Loureiro será copiloto num MAN com o piloto francês Sebastien Fargeas e com o mecânico francês Luc Fertin.

A edição de 2023 marca o regresso de Hélder Rodrigues à prova em que já terminou por duas vezes no pódio das motas (foi terceiro em 2011 e 2012), tendo terminado 11 vezes a prova, sete delas entre os cinco primeiros classificados. No entanto, desta vez participa em quatro rodas pela primeira vez, na categoria T3, a dos SSV, para protótipos (a T4 é para veículos derivados de série).

“Tudo se conjugou para que a decisão fosse fácil. O Gonçalo [Reis] estava preparado para ser navegador, a equipa South Racing fica à beira de minha casa e há muitas corridas em Portugal para poder treinar”, explicou o piloto natural de Sintra antes da partida para o Dakar.

No Dakar, soma oito vitórias em etapas, além de ter ajudado a Honda, juntamente com Ruben Faria, no papel de diretor, a vencer a prova em 2020 e 2021.

“Estou feliz por estar de novo em competição no Dakar. A primeira vez nas quatro rodas será um grande desafio para mim, depois de tantos anos nas duas rodas”, frisou o sintrense, antes da partida para a Arábia Saudita, onde começa a prova se disputa pelo quarto ano consecutivo.

Os SSV são “uma categoria muito forte e competitiva, com muitos pilotos e marcas”, mas o seu objetivo é “fazer um bom resultado à geral”.

“Estou integrado na South Racing, que venceu cinco vezes a prova. A oficina da equipa é a dois quilómetros de minha casa. É tudo feito em Portugal. Sou piloto semioficial. Vou com todas as condições em termos de trabalho e de material. As ajudas não são muitas, mas o projeto ainda está a começar”, explicou.

Ainda nos SSV, destaque para o antigo campeão nacional Ricardo Porém e para o atual campeão português e europeu de todo-o-terreno em carros, João Ferreira.

Nas motas, o transmontano Rui Gonçalves e o minhoto Joaquim Rodrigues Jr. partem como candidatos aos 15 primeiros lugares da classificação.

A nível internacional, entre os favoritos nas motas está o britânico Sam Sunderland (GasGas), depois da vitória conquistada em 2022, mas terá a concorrência da armada KTM, com o argentino Kevin Benavides e o austríaco Mathias Walkner, assim como da Honda, dirigida por Ruben Faria, com o francês Adrien van Beveren, o norte-americano Ricky Brabec e o chileno Pablo Quintanilla. A Husqvarna terá no norte-americano Skyler Howes o seu ponta de lança.

Nos automóveis, Nasser-Attiyah (Toyota), do Qatar, parte como favorito devido à vitória alcançada na edição anterior, mas a concorrência da Audi e dos seus carros elétricos, entregues ao francês Stéphane Peterhansel, ao espanhol Carlos Sainz e ao sueco Mathias Ekstrom, será um dos principais motivos de atração.

Ainda nos favoritos está o piloto francês Stéphane Peterhansel, que procura o 15.º triunfo no Rali Dakar de todo-o-terreno com um protótipo híbrido da Audi. Esta será o segundo ano de participação da marca alemã com uma versão mais amiga do ambiente, mas que já provou ser competitiva na edição de 2022, onde os problemas de fiabilidade acabaram por limitar o resultado final, que teve em Ekström o melhor representante, em nono.

Nos camiões, o grande destaque é a ausência da armada russa da Kamaz, fabricante oficial do exército daquele país, que venceu as últimas seis edições.

A causa da ausência é o facto de a equipa não ter assinado o Código de Conduta da FIA (Federação Internacional do Automóvel), que reconhece o “firme compromisso assumido pela FIA de solidarizar-se com o povo da Ucrânia, a Federação de Automobilismo da Ucrânia e todos os que sofrem com o conflito”, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.

Sendo uma empresa estatal e fortemente ligada ao exército russo, a Kamaz recusou assinar o documento, exigido pela FIA para todas as provas sob a sua égide.

Etapas:

01 jul: 1.ª etapa, Copenhaga –

31 dez, Prólogo, Jeddah Sea Camp – Hail (10 km de setor cronometrado)

01 jan, 1.ª etapa, Hail – Sea Camp (368)

02 jan, 2.ª etapa, Hail – Al Ula (431)

03 jan, 3.ª etapa, Al Ula – Hail (447)

04 jan, 4.ª etapa, Al Qaisumah – Hail (425)

05 jan, 5.ª etapa, Hail — Hail (375)

06 jan, 6.ª etapa, Hail – Al Duwadimi, (466)

07 jan, 7.ª etapa, Al Duwadimi – Al Duwadimi (473)

08 jan, 8.ª etapa, Al Duwadimi — Riade (407)

09 jan, Dia de descanso, Riade

10 jan, 9.ª etapa, Riade — Sau (439)

11 jan, 10.ª etapa, Sau — Sau (114)

12 jan, 11.ª etapa, Bisha — Sau (275)

13 jan, 12.ª etapa, Sau — Sau (185)

14 jan, 13.ª etapa, Sheybah – Al-Hofuf (154)

15 jan, 14.ª etapa, Al-Hofuf — Dammam (136)

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Andrew Eaton / EPA