O Teatro Nacional D. Maria II leva a todo o país, durante este ano, o programa Odisseia Nacional. São centenas de iniciativas culturais distribuídas por 93 concelhos de Norte a Sul e dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, agrupadas em cinco programas: Peças, Atos, Frutos, Cenários e Nexos. Há espetáculos criados com as comunidades, formações, laboratórios, atividades nas escolas e dirigidas aos alunos e debates.
O objetivo do Teatro Nacional é aproveitar o período em que está encerrado para obras, em Lisboa, para dinamizar centenas de iniciativas noutros palcos do continente e das ilhas.
Contempla ainda a exposição “Quem És Tu? – O Teatro Nacional, a Ditadura e a Democracia”, que tem curadoria de Tiago Bartolomeu Costa. Foi desenvolvida em parceria com a Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril e com o Museu Nacional do Teatro e da Dança.
O primeiro trimestre de 2023 abrange 21 concelhos de todos os distritos do Norte do país. Seguem-se o Centro, de abril a junho; os Açores, em julho; a Madeira, em setembro; e ainda as regiões do Alentejo e do Algarve, de outubro a dezembro.
A programação da Odisseia Nacional, do D. Maria II, foi apresentada, este sábado, na Fundação da Casa de Mateus, em Vila Real. Rui Catarino, presidente do Conselho de Administração daquele Teatro Nacional, entende este projeto como a “garantia de acesso à fruição, mas também de participação cultural”.
Ou seja, frisa o responsável, é “tomar as populações não só como destinatárias da atividade cultural, mas também fazedores”. Até porque “a atividade amadora, o incentivo às estruturas independentes e às associações é absolutamente essencial para o direito de fruição e participação cultural”.
Luís Sousa Ferreira, adjunto da direção artística do D. Maria II, acrescenta que outro objetivo é “evidenciar os novos centros culturais e as dinâmicas culturais” que existem no país, numa lógica de coesão social com base na Cultura, já que existe mais atividade para além de Lisboa e Porto.
Tão importante quanto as centenas de iniciativas que vão ser realizadas durante 2023, segundo Rui Catarino, é “o legado”. Ou seja, “o que fica desta experiência da Odisseia Nacional, em que há um Teatro Nacional D. Maria II verdadeiramente nacional, espalhado por todo o território, e como é que isso se vai refletir na sua missão futura”.
No final de 2024, quando o D. Maria II, no Rossio, em Lisboa, reabrir após o fim das obras, “não poderá voltar a ser o que era em 2019, último ano de programação dita normal”, sublinha o presidente do Conselho de Administração.
Depois da pandemia e do encerramento para trabalhos, “terá de sedimentar a experiência da Odisseia Nacional para ser mais nacional do que era antes, mesmo que as produções já circulassem pelo país, apesar de em menor escala”.
A Odisseia Nacional do Teatro Nacional D. Maria II e da Fundação Calouste Gulbenkian, apresenta, este sábado à noite, no Teatro Municipal de Vila Real, o espetáculo “Vida Real”, com direção artística de Ana Bragança e Ricardo Baptista.
É uma criação desenvolvida pela Associação Cultural Ondamarela em conjunto com 60 pessoas da comunidade que ajudaram a construir e participam em “Vida Real”. Fala da existência em Vila Real, desde os covilhetes às corridas.
Neste sábado foi ainda apresentado o livro “Paisagem Portuguesa”, de Duarte Belo e Álvaro Domingues, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Ao longo da semana vão realizar-se visitas encenadas de alunos aos bastidores do equipamento cultural e, no dia 04 de fevereiro, subirá ao palco “Casa Portuguesa”, o primeiro espetáculo escrito e dirigido por Pedro Penim enquanto diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II.
Fonte: Jornal de Notícias / Portugal
Legenda da imagem: O presidente do Conselho de Administração do Teatro D. Maria II, Rui Catarino
Crédito da imagem: António Cotrim / LUSA