Aprender uma nova habilidade e reforçar o orçamento doméstico. A combinação se transforma em realidade para muitos alunos dos cursos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade de Santos (FSS).
Em 2022, 649 pessoas tiveram oportunidade de nova qualificação profissional. Neste ano, 273 munícipes frequentaram as aulas gratuitas na primeira metade do ano e ainda há vagas para alguns dos cursos que estão rolando no segundo semestre (veja abaixo).
A artesã Terezinha Ribeiro Félix Santos, 69 anos, está aprendendo mais técnicas da Art Apliquê para dar uma carinha nova aos seus produtos. Foi a partir das aulas realizadas no Fundo Social que ela ampliou os produtos que vende em suas redes sociais.
“Tenho uma página no Instagram e Facebook chamada Arte da Vozinha. Então tudo o que aprendo aqui, faço nos panos de prato que vendo nas redes sociais. É onde ganho um dinheiro porque não sou aposentada. Virou meu ganha-pão. Estou desde 2019 fazendo cursos, só parei por conta da pandemia”.
A professora Shirley Gouvêa Correia Costa é voluntária há 12 anos e se diz apaixonada por ensinar, além de se sentir feliz com o resultado de suas alunas. “Aprendi a técnica em cursos e na internet. Busco muita coisa diferente para trazer para elas. Gosto muito do que faço e de repassar o que sei, é gratificante”.
Bom apetite!
Há mais de 15 anos como voluntária no Fundo, Onofrina Tiago repassa a arte de produzir doces que aguçam os olhos e adoçam os paladares mais exigentes. A técnica, ela foi desenvolvendo ao longo da vida. Os primeiros passos foram dados pelos livros que ganhou da sogra quando se casou.
“Quando eu casei, não sabia nem fazer café e acho que ela ficou com medo de que o filho dela passasse fome e me deu uma coleção com 45 livros. Então aprendi”, brinca.
Disposta a ajudar as pessoas a melhorar de vida, ela não guarda nenhum segredo para preparar as delícias que são sua marca pessoal, como a bomba de chocolate recheada com brigadeiro, pães vienenses e os famosos amanteigados. Tanto que suas receitas que já lhe renderam belas histórias.
“Outro dia uma ex-aluna veio falar comigo. Ela estava numa bicicleta, vendendo os amanteigados nas proximidades do shopping, no Gonzaga, e me disse: ‘é com esses amanteigados que compro o leite das minhas filhas’. Não tem dinheiro no mundo que pague esta satisfação”, conta Onofrina, emocionada.
Carla da Costa de Melo Cardoso retornou para mais aprendizados no Fundo Social. Ela frequenta as aulas da padaria artesanal há vários anos e cada vez melhora seus dotes culinários, que rendem bons trocados para o orçamento doméstico e muitos elogios. O segredo, para ela: está numa pitada de amor antes de levá-los ao forno.
“No começo, levava para as amigas. E elas me incentivaram a vender. Mas achava que ninguém ia comprar. Mas levei no serviço e deu certo. Agora faço pão de mel, bolo de cenoura recheado, trufas e até bolos de aniversário para os meus netos. Tudo o que ganho ajuda nas contas da casa e também invisto em mais materiais. A gente aprende muito aqui. Os professores são maravilhosos”.
Moda
O barulho da máquina embala o sonho de Eliane Aparecida de Deus Silva, 59 anos. Ela quer ter o próprio ateliê e participa dos cursos da área de corte e costura para dominar as técnicas para transformar tecido em calças, blusas, vestidos e uniformes. Enfim, tudo o que possa reforçar a aposentadoria e suas realizações. Nessa trajetória, já fez até o vestido utilizado pela filha no casamento realizado no civil.
“Quero me aperfeiçoar para fazer roupas para fora sob medida e também uniformes. Já faço chaveiro de fuxico e bolsas que aprendi na costura criativa. O que puder aprender, eu quero”, diz Eliane.
Se depender da professora da turma, Eliane e as demais alunas vão sair craques não somente no domínio da linha, tesoura e agulha.
Graduada em moda e mestre em Ecologia, Janaina Alves Klein quer levar muito mais conhecimento a todas. “Aproveito meu conhecimento para unir as duas áreas e ter um aproveitamento de tudo que a gente usa. Tudo o que sobra, destinamos para outro curso, passando educação ecológica para os alunos também”, conta Janaína.
Ver vidas transformadas a partir de todo o trabalho e dedicação realizados pelo Fundo traz um imenso orgulho, felicidade e sentimento de realização, conta a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Maria Ignez Barbosa.
“Às vezes, a pessoa tem a capacidade, mas não tem a oportunidade de aprender e se desenvolver. Nossos cursos são gratuitos e a procura é sempre muito grande. Isso, para nós, é um motivo de satisfação, porque dar oportunidades está nos nossos objetivos, por abrir portas, além de valorizar a mulher”, destaca Maria Ignez.
Vagas abertas
Ficou interessado? Os cursos no Fundo Social estão divididos em três segmentos: artesanato, escola de moda e padaria artesanal. Ainda há vagas abertas para pintura em tecido (4), oficina de feltro (2 para turma da manhã e 10 para turma da tarde) e art apliquê (2).
Quem quiser participar deve ir à sede do FSS (Av. Conselheiro Nébias, 388, Encruzilhada), de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 ou das 14h às 17h.
Para se inscrever, é preciso ter acima de 18 anos e renda de até dois salários mínimos. Os interessados devem levar RG, CPF e comprovante de residência.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos
Crédito das imagens: Carlos Nogueira / PMS