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CTT quer adquirir empresas de logística em Espanha

Os CTT – Correios de Portugal procuram potenciais alvos de aquisição em Espanha: a empresa de serviços postais tenta aproveitar o ‘boom’ nas transações on-line, que está a estabelecer recordes ao nível do seu serviço expresso e de encomendas na Península Ibérica. “Procuramos oportunidades de consolidação”, disse o CEO dos CTT em declarações a agência Bloomberg. “Não é garantido que teremos sucesso, mas estamos ativos”, disse João Bento em entrevista.

Os CTT visam especificamente as empresas de logística e as chamadas empresas de entrega de última milha, que lidam com a etapa final das entregas em Espanha, especificou João Bento. O objetivo dos CTT é comprar uma empresa que tenha o controlo total da operação, ao invés de depender de franquias. “Não restam muitas oportunidades.”

João Bento recusou a fornecer um cronograma ou valor para uma possível aquisição naquele mercado. Os CTT já gerem 53 centros de distribuição naquele país, alguns dos quais totalmente automatizados, e também têm uma pequena operação em Moçambique.

João Bento assumiu o comando dos CTT em 2019, pouco antes da pandemia desencadear um ‘boom’ nas compras online e acelerou a queda na entrega de correio na antiga empresa estatal portuguesa. Desde então, os CTT diversificaram o negócio para a oferta novos serviços online ou através da sua rede em Espanha e Portugal.

Ainda segundo a Bloomberg, a empresa também investe em novas tecnologias, centros de distribuição e serviços para reduzir custos e acelerar prazos de entrega. “Imagino um futuro não muito distante em que exista uma loja totalmente automatizada”, disse João Bento. “A ideia é que esses serviços sejam total ou parcialmente digitais”.

O crescimento do negócio expresso e de encomendas em Portugal e Espanha ajudou a impulsionar o crescimento dos CTT em 9% no final de 2023, ano em que as ações da empresa subiram 21%.

Bento disse ainda que embora o Banco CTT ainda tenha espaço para crescer antes de uma possível venda da participação dos CTT, a medida permitiria à empresa concentrar-se no seu negócio principal, continuando a oferecer uma ampla gama de serviços online ou através da sua rede de lojas.

“Estamos a considerar todas as possibilidades, até vender o banco inteiro”, disse Bento, acrescentando que não há nada de concreto em termos de uma venda potencial no momento. “A minha preferência seria que continuássemos como acionistas minoritários do banco, já que irá operar na nossa rede de lojas.”

O valor contabilístico do Banco CTT era de 270 milhões de euros no final do ano passado, disse. Em 2022, os CTT concordaram em vender 8,7% do banco à seguradora Tranquilidade – Generali Seguros. Essa transação deverá ser aprovada pelo Banco de Portugal antes do verão, disse João Bento – que reiterou o objetivo dos CTT de um rácio de distribuição de dividendos entre 35% e 50%.

À medida que a empresa transita para um operador logístico completo, a taxa de pagamento provavelmente aumentará dentro dessa faixa, de acordo com o CEO. E concluiu dizendo que os CTT continuam a realizar recompras de ações: “Podemos efetivamente voltar ao mercado com mais programas de compra de ações”, disse.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal