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Crescimento de 2,7% este ano requer 3% de avanço no segundo semestre, alerta Fórum para a Competitividade

O Fórum para a Competitividade alerta que seria necessário um crescimento de 3% na segunda metade do ano para o país atingir a meta de 2,7% definida pelo Governo, um cenário altamente improvável dado o abrandamento da economia global.

O organismo pinta um cenário preocupante da economia portuguesa, com a inflação a voltar a subir, investimentos em atraso e produtividade em queda.

Dado o abrandamento do primeiro para o segundo trimestre, a economia portuguesa está agora mais longe de atingir o objetivo definido pelo Governo para o crescimento este ano, lê-se na nota de conjuntura da instituição liderada por Pedro Ferraz da Costa.

Olhando para vários indicadores internos e externos, os sinais de melhoria escasseiam, deixando antever uma segunda metade do ano mais complicada.

Por um lado, a subida de juros penaliza não só Portugal, mas também os seus principais parceiros europeus, destaca a nota assinada por Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum. Para 2024, é expectável um “regresso das condicionantes às contas públicas” impostos por Bruxelas, pelo que os “orçamentos do próximo ano [serão] mais restritivos”.

“A China está a ter uma grande dificuldade em recuperar da pandemia e a queda sucessiva das suas importações está a afetar os seus fornecedores, em particular a Alemanha, um elemento suplementar de debilidade neste país, com potencial de contagiar o resto da Europa”, sublinha a nota.

A subida de juros tem efeitos claros também na economia nacional, com a prestação do crédito à habitação a acelerar de 29,6% para 38,0%, o maior crescimento desde o início da série estatística do INE, “enquanto a taxa de juro média foi de 3,88%, o máximo desde abril de 2009, colocando pressão sobre o consumo das famílias”.

Por outro lado, o indicador diário de atividade do Banco de Portugal (BdP) “passou de 2,5% no segundo trimestre para valores negativos em julho (-1,6%) e muito modestos em agosto (0,6%), sugerindo um novo abrandamento no terceiro trimestre”.

Do lado das contas públicas, as restrições de Bruxelas quanto ao défice devem ser cumpridas sem grande dificuldade, olhando ao aumento das receitas fiscais e contributivas, que quase duplicaram a média anual. Em sentido inverso, o investimento público continua a derrapar, estando executado “pouco mais de um terço quando já passou mais de metade do ano”.

Fonte e crédito da imagem: O Jornal Económico / Portugal