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Covões, miradouros, cascatas e outras maravilhas da serra

Se é daqueles que só vai à Serra da Estrela para ver a neve fique a saber que está a perder toda uma outra realidade não indo até lá no verão. A paisagem muda radicalmente, enche-se de cor e há locais que vale a pena descobrir.

Os miradouros

Há miradouros com vistas incríveis espalhados por toda a serra. Partindo da Covilhã em direção ao topo, pode começar por parar, ainda antes das Penhas da Saúde, na Varanda dos Carqueijais. Deste miradouro pode ver a superfície plana da Cova da Beira e, no fundo da encosta, toda a cidade.

Mais acima, nova paragem, desta vez no miradouro de Piornos, situado a aproximadamente 1630 metros, de onde se tem uma visão para uma paisagem moldada por antigos glaciares.

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Uma das vistas espetaculares da Serra da Estrela.
Miguel Pereira da Silva / Global Imagens

Dois quilómeros adiante e terá uma vista privilegiada sobre o vale glaciar, um dos maiores da Europa, local onde nasce o rio Zêzere, no miradouro do Vale Glaciário.

Mil metros mais à frente, sempre a subir, e uma plataforma suspensa, projetando-se sobre o vale, inaugurada há um ano, dá-lhe outra perspetiva da paisagem. É o Miradouro do Covão.

Recomenda-se uma ida à Torre, onde se tem uma panorâmica geral do cume da serra, mas se o objetivo é passar pelos melhores spots em termos de paisagem então, a seguir, é melhor prosseguir pela N338, como se fosse para Seia, e parar no Miradouro da Rocha, na cabeceira de um vale longo e encaixado, onde corre a ribeira de São Bento.

Finalmente, na zona das Penhas Douradas, no alto da montanha, no miradouro do Fragão do Corvo, consegue-se alcançar a vila de Manteigas, a magnitude do Vale Glaciar do Zêzere e a imponência da Fraga da Cruz.

Os covões

A Serra da Estrela está cheia de covas de grandes dimensões. São os covões, dos quais o mais simbólico e poético será possivelmente o Covão da Ametade. É aqui, a cerca de 1500 metros de altitude, uma depressão mal drenada, que o Zêzere começa a ganhar corpo. Com uma vegetação envolvente maioritariamente composta por bétulas, é um cenário paradisíaco.

O Covão da Ponte, por onde corre o rio Mondego ainda numa fase inicial do seu percurso, é outra maravilha da serra.

Outro covão a não perder é o dos Conchos, que parece ser um buraco que suga a água da lagoa. Trata-se de um túnel com 48 metros de coroamento e 1519 metros de comprimento construído na década de 1950 e que leva as águas recolhidas da Ribeira das Naves para a Lagoa Comprida, bem mais abaixo.

O acesso faz-se a pé por uma estrada de cerca de 5 quilómetros que parte da Lagoa Comprida e que pode apresentar algumas dificuldades no caminho.

As rochas singulares

Há que ter destreza e resistência física para visitar a Nave da Mestra (também conhecida por Nava da Barca). Trata-se por isso de um local ainda desconhecido para muitos dos que visitam a serra da Estrela, situado a 1700 metros de altitude e que parece uma nave gigantesca.

Diz a lenda que foi mandada construir pela família Matos Preto como casa de férias em 1910 e que ali terão acontecido muitas reuniões clandestinas dos republicanos. Hoje ainda se descnhece como foi ali colocada a gigantesca pedra que faz de telhado à casa, a qual serve de abrigo a pastores e montanheiros.

Em homenagem à santa protetora dos pastores está esculpida numa rocha a imagem de Nossa Senhora da Boa Estrela. Trata-se de uma obra com mais de sete metros de altura da autoria de António Duarte e que está situada no lugar de Covão do Boi.

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A “Cabeça do velho”.
Pedro Granadeiro / Global Imagens

Finalmente, mais populares, tente ver a Cabeça da Velha e a Cabeça do Velho, blocos graníticos que, como os nomes indicam, fazem lembrar cabeças, ou as pedras do Cão e do Urso.

Lagos e cascatas

Não é segredo para ninguém: a escadaria até à cascata do Poço do Inferno é íngreme e perigosa. O que não impede, contudo, que milhares de visitantes façam esse percurso para ver a beleza desta queda de água de 10 metros, situada a 1080 metros de altitude, que atravessa a Ribeira de Leandres, acabando por desaguar no Zêzere.

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O Poço do Inferno
Artur Machado / Global Imagens

Na ribeira de Alvôco, mais precisamente na aldeia de Barriosa, em Vide, encontra-se o Poço da Broca. Já o Poço do Lagar, localizado em Vasco Esteves de Baixo, foi transformado em zona balnear.

Situada a cerca de 800 metros de altitude, no curso da Ribeira de Loriga, a Praia Fluvial de Loriga distingue-se por ser a única praia portuguesa situada num vale glaciário e pelas suas águas puras e cristalinas.

Já em Cortes do Meio vale a pena explorar as várias cascatas e piscinas naturais que por ali há, entre as quais o Poço da Ponte Velha, o Poço da Montaria e o Poço das Azenhas.

Fonte e crédito da imagem: Diário de Notícias / Portugal