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Copa América. Argentina soma 16.º título e segundo consecutivo ao bater Colômbia

A Argentina conquistou no domingo a Copa América em futebol pela 16.ª vez, isolando-se na liderança do ranking, ao bater na final da 48.ª edição a Colômbia por 1-0, após prolongamento, nos Estados Unidos, revalidando o título.

No Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, na Florida, um golo do ‘matador’ Lautaro Martínez, aos 112 minutos, após soberbo passe de Lo Celso, valeu à Argentina a revalidação da Copa América.

O jogador do Inter Milão, melhor marcador da Serie A 2023/24, entrou aos 96 minutos e selou o 16.º triunfo dos ‘albi-celestes’ na prova, um recorde, acima dos 15 do Uruguai, com o seu quinto tento da competição, sendo o destacado ‘rei’ dos goleadores.

Para trás, ficava um jogo intenso, repleto de peripécias, várias à margem do jogo, a começar pela quase hora e meio de atraso com que começou, culpa de problemas na entrada dos adeptos, e a quase meia hora de intervalo, para o ‘show’ de Shakira.

No campo, a formação de Lionel Scaloni, que perdeu Lionel Messi, por lesão, aos 66 minutos, teve mais e melhores oportunidades de golo, mas a Colômbia deu sempre réplica e também teve as suas ocasiões, lutando até final pelo título.

A Argentina, que apenas sofreu um golo na competição, acabou, no entanto, por ser a única a marcar, mantendo-se, assim, na rota dos títulos: Copa América de 2021, Finalíssima de 2022, Mundial de 2022 e Copa América de 2024 — só a Espanha fez algo parecido, com os Europeus de 2008 e 2012 e o Mundial de 2010.

Desta forma, Messi levantou mais um troféu, no 44.º título da carreira, enquanto o benfiquista Di María despediu-se da seleção com chave de ouro, num jogo em que esteve em grande plano, até sair aos 117 minutos, dando lugar ao também benfiquista Otamendi.

Em relação às meias-finais, a Argentina repetiu o ‘onze’, enquanto a Colômbia fez apenas uma troca, forçada, com a entrada de Santiago Arias para lugar do castigado Daniel Muñoz.

O encontro começou, praticamente, com uma grande ocasião para a Argentina, desperdiçada por Álvarez, logo aos 37 segundos, com um remate ao lado, depois de um centro na direita de Montiel.

A Colômbia não demorou, porém, a assumir o comando do encontro, perante uma Argentina mais posicional, mais cerebral, e, depois de uma primeira ameaça de Luis Diáz, aos cinco minutos, Córdoba fez a bola ‘beijar’ o poste direito, aos sete.

Lerma, aos 33 minutos, e Ríos, aos 41, tentaram de longe, enquanto a Argentina respondeu num livre de Messi para Tagliafico não acertar de cabeça, aos 44. O ‘capitão’ também tinha tentado, aos 20, e assustado, os 37, tocado por Santiago Arias.

A segunda parte começou movimentada, com um remate muito perigoso de Santiago Arias, servido de cabeça por Jhon Arias, aos 47 minutos, e resposta aos 48, quando Mac Allister surgiu na área e tocou atrasado para o remate de Di María, contra Vargas.

Os colombianos voltaram a criar perigo aos 54 minutos, num canto, com Davinson Sánchez a cabecear por cima, mas a Argentina estava agora melhor e Di María, em duas fugas pela esquerda, aos 57 e 58, criou perigo, na segunda ocasião com um remate que Vargas defendeu com dificuldades.

Aos 66 minutos, a Argentina perdeu Messi, que se ressentiu da lesão sofrida na primeira parte no tornozelo direito, e, coincidência ou não, voltou também a perder o comando do encontro, que voltou a recuperar nos últimos minutos.

Nico González, aos 88 e 90+3 minutos, e Di María, aos 90+1, poderiam ter marcado, numa altura em que os ‘cafeteros’ já só queriam o prolongamento, para o qual entraram sem James, substituído por Quintero.

A Argentina continuou por cima e, aos 95 minutos, Nico González teve mais uma grande ocasião, mas o seu remate, após centro da direita de De Paul, desmarcado por Di María, não saiu muito colocado e foi detido por Vargas.

De imediato, Scaloni lançou Lautaro, Paredes e Lo Celso, em vez de Álvarez, Mac Allister e Enzo, mas, até ao final da primeira parte do tempo extra, destaque apenas para um remate frontal de Jhon Arias que Romero intercetou, aos 102 minutos.

Para a segunda parte, foi Lorenzo a lançar Uribe, Carrascal e Miguel Borja, retirando Lerma, Jhon Arias e Luis Díaz, mas o primeiro momento foi de Di María, aos 107, num centro ao qual Lautaro não chegou, seguindo-se, aos 109, um grande corte de Lisandro Martínez, perante Miguel Borja.

A Argentina acabou mesmo por chegar ao golo aos 112 minutos, numa jogada de suplentes: Paredes recuperou a bola e colocou-a em Lo Celso, que, de primeira, com grande classe, isolou Lautaro, para este fazer o ‘chapéu’ perfeito a Vargas.

No tempo que restava, a Colômbia ainda tentou empurrar o jogo para os penáltis, mas a Argentina segurou o triunfo e o título, a 16.ª Copa América.

Di María coloca um ponto final na sua carreira ao serviço da Argentina. “Eternamente agradecido”

Ángel Di María colocou no domingo, com ‘chave de ouro’, um ponto final na sua carreira ao serviço da Argentina. O jogador afirmou que sonhou com um adeus assim aos ‘albi-celestes’.

“Estava escrito que tinha de ser desta maneira. Sonhei que me retirava desta forma, na Copa América, chegando à final e ganhando-a”, afirmou Di Maria, no final do encontro disputado no Hard Rock Stadium, em Miami Gardens, na Florida.

O jogador que alinhou em 2023 / 24 no Benfica, e pode voltar aos ‘encarnados’ em 2024 / 25, estava sem grandes palavras — “nem sei o que dizer” -, mas reconheceu estar a viver “grandes sensações”.

“Estou eternamente agradecido a esta geração, que me ajudou a conseguir tudo o que sonhei durante muitos anos”, frisou Di María, lembrando as sucessivas derrotas que teve de enfrentar até à primeira conquista, em 2021.

Por isso, o extremo natural de Rosário foi claro: “Parece fácil, mas é muito difícil. Eu sei o que estou a dizer, porque já ‘vivi’ do outro lado. Não é fácil e chegar a finais e ganhar”.

“Alguma vez tinha de dar”, prosseguiu o jogador que o Benfica descobriu no Rosário Central em 2007, recrutando-se para a primeira experiência na Europa, acrescentando, porém, que estas conquistas podiam ter aparecido mais cedo.

Di Maria, que viveu muitas dessas frustrações ao lado de Lionel Messi e do também benfiquista Otamendi, é da opinião que as anteriores gerações já podiam ter feito história: “Merecíamos ter ganhado antes”.

No dia do adeus, Di María, que saiu aos 117 minutos, cedendo o lugar a Otamendi, também recordou o amigo Messi, companheiro de muitas aventuras.

“Ele teve de sair lesionado, mas pudemos ganhar e dar-lhe uma alegria”, disse o futebolista argentino, rematando: “Foi um triunfo redondo”.

Di María despediu-se da seleção após 145 jogos (igualou Javier Zanetti no terceiro lugar, apenas atrás de Messi e Javier Mascherano) e 31 golos (sexto), e as vitórias na Copa América de 2021 e 2024, do Mundial de 2022 e da Finalíssima de 2022.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Cristobal Herrera-Ulashkevich / EPA