Detalhes da obra que mudou os rumos da história de Santos podem ser conferidos na exposição ‘Os Canais de Saturnino de Brito’, que fica até o dia 31 de maio, no terceiro piso do Paço Municipal (Praça Mauá s/n).
A mostra fotográfica da Fundação Arquivo e Memória de Santos (Fams) reúne 45 imagens em preto e branco, distribuídas em 20 painéis, retratando a história da construção do sistema de drenagem na Cidade, idealizado por Saturnino de Brito – patrono da engenharia sanitária do Brasil. A exposição pode ser visitada gratuitamente de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.
Quem mora em Santos não imagina a quantidade de nascentes, rios, riachos, ribeirões, que caracterizavam a geografia local. No final do século 19, sem coleta de esgoto e bebendo a água que corria a céu aberto, a população vivia doente, assolada por epidemias e endemias, por conta de mosquitos que proliferavam nos pântanos. Só a febre amarela, entre 1890 e 1900, provocou a morte de metade da população de Santos.
Para acabar com a situação insalubre, o Governo do Estado de São Paulo organizou, em 1903, a Comissão de Saneamento de Santos, que em fevereiro de 1905 passou a ser dirigida pelo engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Brito.
Baseado em seu minucioso estudo das condições peculiares da Cidade, elaborou projeto para solucionar os problemas de drenagem e coleta de esgotos, obra inédita, que obteve repercussão internacional.
Saturnino planejou uma cidade nova, de linhas retas, com canais cortando a planície encharcada. Em 27 de agosto de 1907 ocorreu a entrega de 2.030 metros de canais de drenagem, além de mais 491 metros de coletores afluentes e outras obras (seis pontes de concreto armado, seis pontes galerias e três passadiços).
O projeto completo foi entregue por etapas, num período de 20 anos, e posteriormente adotado em 54 cidades brasileiras e em países como França, Inglaterra e Estados Unidos.
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos
Crédito das imagens: Marcelo Martins / PMS