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Conselho de Cidadãos está de volta e vai discutir a cidade dos 15 minutos

A Câmara de Lisboa vai realizar nos próximos dias 25 de março e 1 de abril a segunda edição do Conselho de Cidadãos, durante o qual meia centena de moradores, em representação das 24 freguesias, vão trocar ideias sobre o conceito da cidade dos 15 minutos. O objetivo é discutir e formular propostas que serão apresentadas ao executivo liderado por Carlos Moedas.

Neste Conselho de Cidadãos, que está marcado para os dias 25 de março e 1 de abril, dois sábados, irão participar 50 moradores da cidade de Lisboa com mais de 16 anos que serão sorteados entre aqueles que receberam um convite para se inscreverem nesta iniciativa.

“Foi enviado um número limitado de convites para os munícipes das 24 freguesias de Lisboa, procurando-se espelhar a diversidade da cidade em termos de género, idade, nacionalidade, freguesia, situação profissional e nível de escolaridade”, refere a autarquia.

O tema de partida é a cidade dos 15 minutos, mas os participantes irão discutir cinco grandes áreas onde a proximidade numa cidade é fundamental – saúde e bem estar, educação, comércio, cultura e serviços (como correios, Lojas do Cidadão, Lojas Lisboa, entre outros).

Dentro destas cinco áreas serão lançados três desafios, conforme enumera a Câmara de Lisboa, e que são: “como criar uma oferta mais completa e flexível?”, “como partilhar os recursos disponíveis?” e “como se deslocar de forma mais eficaz?”.

“O tema é inspirado no conceito desenvolvido pelo professor Carlos Moreno e segundo o qual as cidades modernas devem ser pensadas e planeadas para que o cidadão tenha acesso fácil e rápido a serviços essenciais como a educação, a saúde, o comércio, a cultura ou os espaços verdes e de lazer.

Neste conceito, considera-se que os cidadãos devem poder aceder a todos estes serviços sem perder demasiado tempo no trânsito (a pé, transportes públicos ou outras vias como a mobilidade suave), usando-se os 15 minutos como referência. Isso implica uma oferta mais completa destes serviços em cada bairro, mas também um esforço para repensar a forma como nos deslocamos e como partilhamos recursos”, explica a Câmara de Lisboa.

Um dos exemplos de aplicações do conceito de cidade de 15 minutos que já é levado a cabo em Lisboa é, de acordo com a autarquia, “o programa Comboios de Bicicleta, que permite que as crianças se desloquem para a escola em segurança usando a bicicleta com o apoio de monitores”.

Mas são também apontadas iniciativas de outras cidades europeias, como os super quarteirões em Barcelona, que “permitem que cada quarteirão da cidade disponha de uma ampla diversidade de pequenos comércios e serviços”; Paris, que colocou “mesas de trabalho junto ao rio, criando um espaço partilhado e acessível a todos”; ou Viena, onde “foram criadas esplanadas modulares, que podem ser retiradas em horários de cargas e descargas, entre outros usos”.

As ideias que saírem deste Conselho de Cidadãos serão “apresentadas e entregues pelos próprios cidadãos ao presidente da Câmara Municipal ou a um seu representante”, sendo que a autarquia se compromete “a dar continuidade às propostas dos cidadãos e comunicar os progressos realizados”.

Alterações climáticas foram tema do primeiro encontro

A primeira edição realizou-se a 14 e 15 de maio de 2022 e teve como tema as alterações climáticas. Nela participaram 43 das 50 pessoas escolhidas por sorteio, entre os 17 e os 82 anos. No total, foram recebidas 2351 inscrições de lisboetas interessados em participar.

“As pessoas querem realmente trabalhar nas soluções com os políticos, não querem apenas dar uma opinião, querem trabalhar. E durante dois dias, pessoas que não se conheciam estiveram aqui a trabalhar em conjunto e a trabalhar no desenvolvimento das ideias e foi realmente extraordinário. Acho que foi um momento muito bom, e foi um início extraordinário”, disse então o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, ao DN.

No final dos dois dias foram apresentadas várias ideias e que iam desde o alargamento da gratuitidade dos transportes públicos na capital, à criação de super-quarteirões pedonais, ao alargamento do serviço Carreiras de Bairro da Carris, entre outras, distribuídas entre sete grandes áreas: habitação, consumo e mudança comportamental, relação da CML com os munícipes, transportes e mobilidade, espaço público, educação ambiental e eficiência energética.

Segundo o Relatório Síntese do primeiro Conselho de Cidadãos, realizou-se a 27 de junho um primeiro encontro com os representantes de cada um dos grupos de trabalho em que os cidadãos foram divididos no qual participou a então vereadora Laurinda Alves, que fez um ponto de situação das propostas apresentadas ao executivo.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Manuel Rodrigues Levita / Câmara Municipal de Lisboa