A Comissão Técnica Independente identificou Alcochete como a solução com mais vantagem para o novo aeroporto, entre as duas opções viáveis, segundo o relatório divulgado esta terça-feira.
A opção que envolve o Campo de Tiro de Alcochete é identificada como a que apresenta mais vantagens, entre as duas soluções viáveis para um ‘hub’ (aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos) intercontinental, segundo o relatório publicado na página da comissão técnica independente (CTI).
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.
Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.
Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.
A consulta pública sobre as opções estratégicas para ampliação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa está aberta a partir de quarta-feira e estende-se até ao dia 19 de janeiro, anunciou hoje a coordenadora da Comissão Técnica Independente.
Nova solução não precisa de financiamento público
A coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, disse que a construção do novo aeroporto não precisa de financiamento público, sendo todas as opções financeiramente viáveis.
Rosário Partidário falava na apresentação do relatório preliminar da análise e avaliação das opções estratégicas para ampliação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, no LNEC — Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que decorre em Lisboa.
“Todas as opções são financeiramente viáveis, não sendo necessário financiamento público para a construção do novo aeroporto”, afirmou.
De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, no entanto, em termos de financiamento, a solução em que o Aeroporto do Montijo adquirirá, progressivamente, o estatuto de aeroporto principal e o Aeroporto Humberto Delgado o de complementar, incluindo a capacidade para o aeroporto principal substituir integralmente a operação do aeroporto secundário (RCM), e as opções de aeroporto único exigem um maior valor de financiamento inicial até à abertura da primeira pista.
Já na rapidez de execução e custos para o promotor e para a economia em resultado dos limites de capacidade, a opção dual em que o Aeroporto Humberto Delgado terá o estatuto de aeroporto principal e um Aeroporto localizado no Campo de Tiro de Alcochete o de complementar é a que apresenta maior vantagem.
Em termos da resiliência financeira a choques, a solução Aeroporto Humberto Delgado com o estatuto de aeroporto principal e o Aeroporto do Montijo o de complementar “devido ao menor montante de investimento é a mais resiliente”.
Globalmente, do ponto de vista dos critérios de avaliação da análise financeira, a opção dual Aeroporto Humberto Delgado como aeroporto principal e Alcochete como complementar “parece ser a mais vantajosa”, segundo os técnicos da comissão.
O relatório considera ainda que no que toca aos riscos decorrentes do contrato de concessão, as soluções Aeroporto Humberto Delgado como aeroporto principal e o Aeroporto do Montijo como complementar Aeroporto Humberto Delgado como principal e Alcochete complementar são as que apresentam menores riscos.
Não existiu “nem uma pressão” do Governo
A coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, referiu ainda que existiram muitos ‘lobbys’, mas garantiu que não existiu pressão da parte do Governo sobre as opções estratégicas para o novo aeroporto.
Rosário Partidário falava na apresentação do relatório preliminar da análise e avaliação das opções estratégicas para ampliação da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, no LNEC — Laboratório Nacional de Engenharia Civil.
“Tivemos muitas pressões, muitos ‘lobbys’ (…), mas com o Governo nem uma pressão e queria agradecer e deixar isso muito claro”, afirmou.
A coordenadora da CTI assinalou que “não houve qualquer contacto a não ser, obviamente, de natureza administrativa”, e foi com o chefe de gabinete do primeiro-ministro.
“Não houve qualquer contacto com o senhor primeiro-ministro”, disse, acrescentando que para a CTI tal “foi extraordinariamente importante”.
Já o presidente da Comissão de Acompanhamento, Carlos Mineiro Aires, disse não lhe passar “pela cabeça” que o relatório apresentado hoje pela CTI não venha a “servir para nada”.
“Não podemos adiar mais processos destes. Estamos a passar por um atraso por falta de planeamento”, disse.
Estudos estimam 7 anos até primeira pista num novo aeroporto
A Comissão Técnica Independente (CTI) para o estudo do novo aeroporto de Lisboa adiantou que a análise aponta serem necessários sete anos até existir uma primeira pista na solução que venha a ser escolhida.
“Os estudos apontam-nos para sete anos para uma primeira pista num novo aeroporto que venha a ser decidido”, afirmou a coordenadora da área de planeamento aeroportuário da CTI, Rosário Macário, durante a apresentação do relatório preliminar da avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa.
Segundo a responsável, “não é possível ser mais breve do que isto”.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Gerardo Santos / Global Imagens