Líder com um feito inédito. O Benfica goleou esta noite o Maccabi Haifa (6-1) e acabou a festejar a liderança do grupo H, depois de recuperar de uma desvantagem de quatro golos para o PSG, que venceu em Turim (2-1). Os encarnados acabaram assim a celebrar a passagem aos oitavos de final com um recorde de pontos (14), superando o anterior máximo registo numa fase de grupos (12, com Jorge Jesus, em 2011-12).
O sorteio dos oitavos de final é já no dia 7 (segunda-feira) e com essa presença inédita de dois clubes portugueses (Benfica e FC Porto) como cabeças de série, algo nunca visto. O Sporting não conseguiu o apuramento, ficando na terceira posição em seu grupo, e joga agora a Liga Europa.
Os encarnados foram a Haifa com o objetivo de lutar pelo primeiro lugar do grupo e a obrigação de fazer um bom jogo, segundo Schmidt. E cumpriram ambos, naquele que foi o 22.º jogo sem perder na época. Nesta altura, só Benfica e PSG estão invictos na Europa.
Sem Enzo (pela primeira vez em 22 jogos) e com Rafa sob marcação apertadíssima, os encarnados não entraram bem na partida. Um tremendo erro defensivo da equipa encarnada – com origem numa falha de marcação de António Silva – resultou num enorme susto para Vlachodimos. A falta de pontaria de Dean David evitou que o grego sofresse um golo bem cedo. A resposta do Benfica fez-se sentir de imediato, mas também Gonçalo Ramos falhou o alvo e acertou em cheio no poste da baliza de Josh Cohen, provocando um enorme silêncio no Sammy Ofer Stadium.
Num jogo de parada e resposta, Dean David voltou a testar Vlachodimos e Rafa fez voar Cohen para evitar o 1-0 do Benfica, que chegaria logo depois por Gonçalo Ramos. O avançado subiu mais alto para, de cabeça, colocar a equipa portuguesa em vantagem – nesta altura o PSG já ganhava em Turim. Quase não houve tempo para para Ramos festejar o 12.º golo da época. Uma mão de Bah na área deu aos israelitas a possibilidade de empatar de grande penalidade e Tjaronn Chery não falhou.
Ao fim de meia hora de jogo estava tudo empatado e Roger Schmidt mexeu na equipa, tirando Gonçalo Ramos (parecia coxear antes de ter inaugurado o marcador) e Fredrik Aursnes, metendo Peter Musa e Chiquinho. Problemas físicos ou opção tática? Certo é que no segundo tempo os substitutos seriam ambos decisivos.
Ao intervalo estava tudo empatado em Haifa e em Turim e isso deixava o primeiro lugar do grupo em aberto – e o Maccabi fora das competições europeias. Motivação mais do que suficiente para os israelitas entrarem melhor no segundo tempo e tentarem inverter o cenário. Mas não foi isso que se viu
Os trunfos inesperados de Roger Schmidt
Peter Musa parecia passar ao lado do jogo, mas quando teve a oportunidade de colocar o Benfica de novo em vantagem não falhou. Um golo que colocava a equipa com líder virtual do grupo e obrigava o técnico israelita a mexer na equipa para ir atrás do empate. Mladen Krstajić não queria desistir da Liga Europa, mas não podia prever o que Grimaldo iria fazer…
Chiquinho andou quase incógnito até sofrer uma falta e ganhar um livre direto. O ângulo não era o ideal para o pé esquerdo de Grimaldo, mas mesmo assim o espanhol pegou na bola e contou com a colaboração de uma barreira mal feita para fazer o 3-1 e sossegar Schmidt, mas apenas por alguns segundos, uma vez que em Turim, o português Nuno Mendes colocava o PSG a vencer.
Numa situação de igualdade pontual com os franceses, os encarnados precisavam de recuperar de uma desvantagem de quatro golos e Rafa mostrou que era possível, ao fazer o 4-1 quando ainda faltavam jogar cerca de 20 minutos. Tempo suficiente para mais dois golos, por Henrique Araújo e João Mário.
Assim que marcou o 6-1, o médio virou-se para o banco a perguntar: “Dá? Dá?” Foi preciso esperar pelo fim do outro jogo para saber que o Benfica seria líder, por ter marcado nove golos fora de casa, contra seis do PSG.
Fonte: Diário de Notícias / Portugal
Crédito da imagem: Abir Sultan / EPA