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Ciclismo: 85.ª edição da Volta a Portugal arranca esta quarta-feira

A 85.ª edição da Volta a Portugal parte para a estrada quarta-feira com um prólogo e, na primeira etapa, o pelotão sobe ao Observatório de Vila Nova, marcando um início acidentado ao contrário do que vem sendo hábito.

Começando em Águeda, com 5,5 quilómetros de prólogo que marcam as primeiras diferenças, a Volta sai de Sangalhos, o ‘epicentro’ do ciclismo nacional com o Velódromo ali instalado, até ao Observatório de Vila Nova.

Esta contagem de primeira categoria em Miranda do Corvo, onde Frederico Figueiredo (Sabgal-Anicolor) se impôs na sua única ascensão em 2022, esteve ausente do traçado no ano passado e regressa agora, depois de ter dado ‘espetáculo’.

Sucede que esta colocação ‘sobrecarrega’ o pelotão antes do dia de descanso, em 29 de julho, uma vez que a subida à Torre, de categoria especial, chega este ano logo ao quarto dia de corrida — criando dois dias de alta montanha na primeira metade, quando a Serra da Estrela costuma estar sozinha nessa fase, deixando outra dificuldade para a segunda parte, com a Senhora da Graça.

Esta alteração obrigará a novo figurino tático para as equipas que querem disputar a geral final, fugindo ao tradicional ‘menos a mais’ do ciclismo português, com alguns candidatos a poderem ficar já de fora após o Observatório — depois da Torre, ao quarto dia de competição, muito do ‘top 10’ deverá estar já definido.

Antes, o pelotão evoca a viagem da coluna liderada por Salgueiro Maia no 25 de abril de 1974, ligando Santarém a Marvila em 164 quilómetros, para deixar brilhar os sprinters.

No domingo, antes do dia de descanso, o pelotão chega à Guarda tendo saído do Sabugal, para novo final ‘empinado’ e, neste caso, empedrado, numa contagem de montanha de terceira categoria.

Com duas etapas de alta montanha nas pernas, o pelotão tem duas etapas para lá do Marão para ‘espreitar’ fugas vencedoras ou chegadas para os homens mais rápidos, sobretudo nos 176,8 quilómetros entre Penedono e Bragança na sexta tirada.

Aquela capital de distrito testemunha a partida seguinte, rumo a Boticas, esta com cinco contagens de montanha, a última de primeira categoria, na Aldeia de Torneiros, a poder aliciar candidatos à vitória final a ataques.

Com menos 50 quilómetros em relação à edição de 2023, em que o suíço Colin Stüssi (Vorarlberg) se impôs ao pelotão nacional, voltando este ano para tentar o ‘bis’, o traçado apresenta várias passagens familiares.

Ambas habituadas a estas lides, Viana do Castelo e Fafe recebem partida e chegada, respetivamente, da oitava etapa, outra oportunidade para velocistas, se forças houver, depois de outra chegada propícia, na sétima etapa, disputada entre Felgueiras e Paredes.

Em 03 de agosto, na nona e penúltima etapa, será o Monte Farinha a pôr todos no lugar, com a subida de primeira categoria a encerrar os 170,8 quilómetros começados na Maia a caminho de nova romaria à Senhora da Graça, numa jornada que inclui ainda as serras do Marão e do Alvão.

Viseu, que tinha acolhido o arranque em 2023, serve este ano de pano de fundo para o último ato da 85.ª edição, com 26,6 quilómetros de ‘crono’ que farão as últimas diferenças entre ciclistas, na oitava vez em que a corrida termina nesta cidade, este ano Cidade Europeia do Desporto.

Já assumido é outro fator importante na disputa da Volta, a prova ‘rainha’ do calendário velocipédico português, no caso o forte calor que se prevê para os 11 dias de competição, depois de um verão que, até aqui, não fez subir especialmente o termómetro, dando poucas oportunidades de adaptação aos ciclistas.

De fora fica a Serra do Larouco, em Montalegre, que tem sido palco de decisões, desde logo no ano passado, uma vez que foi aqui que Colin Stüssi venceu e conquistou a camisola amarela, para nunca mais a largar, depois de uma edição em que a primeira metade foi muito menos dura do que será desta feita.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Pedro Correia / Global Imagens