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Centeno ou Santos Silva. PS admite manter-se no Governo

Pode ser uma solução mirabolante – mas a verdade é que tem antecedentes históricos: em 2004, Durão Barroso demitiu-se de primeiro-ministro e o então Presidente da República, Jorge Sampaio, em vez de convocar eleições, nomeou um outro primeiro-ministro do PSD, Pedro Santana Lopes.

É essa a solução que o PS agora admite para a crise política desencadeada pela demissão de António Costa do cargo de primeiro-ministro.

Nesse quadro, Costa manter-se-ia secretário-geral do PS; mas o partido, ancorado na sua maioria absoluta no Parlamento, indicaria ao Presidente da República outra personalidade para a chefia do Governo.

Carlos César, presidente do PS, foi muito claro, ontem, a não descartar este cenário: “O PS está preparado para qualquer cenário, seja eleições ou mudança de liderança do Governo”, disse, na conferência de imprensa na sede do partido em Lisboa onde reagiu à demissão de Costa.

E de resto, prosseguiu, o PS nem tem de fazer nenhuma escolha, competindo isso ao Presidente da República. “Em consequência das audições [com os partidos com assento parlamentar], competirá ao Presidente da República avaliar e comunicar o seu juízo próprio. Se for caso disso, comentaremos então a decisão que o Presidente da República oportunamente tomará.”

Ao que o DN apurou, neste caso – de manutenção da governação no PS com mudança de primeiro-ministro -, dois nomes circulam como os preferidos de Costa para lhe suceder: ou Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, ou Mário Centeno, governador do Banco de Portugal.

O principal candidato à sucessão de Costa no PS, Pedro Nuno Santos, manteve ontem o mais rigoroso silêncio, tentando perceber como vão parar as modas. E Costa, na verdade, ao anunciar que se demitia de primeiro-ministro, não acrescentou que se demitia também de secretário-geral do PS. E César, depois, também não falou nisso.

Não está convocada nenhuma reunião da Comissão Nacional do PS, o órgão que convoca os congressos do partido. Há um congresso já marcado para março de 2024, mas agora tudo torna possível que os socialistas sejam forçados a antecipá-lo. Na orgânica do partido, a única reunião que está convocada é, para amanhã à noite, da Comissão Política Nacional.

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Crédito da imagem: Leonardo Negrão / Global Imagens