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Casas a arder em Albergaria-a-Velha, quatro bombeiros feridos em Oliveira de Azeméis e várias estradas cortadas

Várias habitações estão a arder em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, devido ao incêndio que começou no concelho vizinho de Sever do Vouga, informou fonte da autarquia.

Isto numa altura em que o Governo já pediu à União Europeia (UE) um reforço de meios para combater os incêndios que lavram no distrito de Aveiro e para reforçar as capacidades no território continental.

“Neste momento já temos casas a arder. Temos na Cruzinha a arder uma casa e outra na vila das Laranjeiras. São casas de primeira habitação”, disse esta segunda-feira à Lusa o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro.

O autarca referiu ainda que as autoridades já procederam à evacuação do bairro Brandão Gomes e foi também pedido para evacuar o lugar da Cruzinha.

A Câmara decidiu ainda que hoje não iria haver aulas, tendo sido marcado um ponto de encontro para a população junto ao cinema no centro de Albergaria, referiu António Loureiro.

“Neste momento temos o fogo com várias projeções por todo o concelho. Não temos meios. Neste momento, um dos grandes dramas é a falta de meios”, disse o autarca, adiantando que os meios aéreos ainda não estão ativos.

Ainda segundo António Loureiro, a autoestrada A25 e o Itinerário Complementar (IC) encontram-se cortados ao trânsito naquela zona.

Portugal, entretanto, pediu à União Europeia (UE) um reforço de meios para combater os incêndios que lavram no distrito de Aveiro e para reforçar as capacidades no território continental.

Um porta-voz do executivo comunitário disse à Lusa que ao final da manhã de hoje chegou um pedido, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, de Portugal para um reforço dos meios, numa altura em que lavram incêndios no distrito de Aveiro e Portugal continental está em estado de alerta por causa do risco de fogos.

A mesma fonte não confirmou que tipo de meios solicitou o Governo português, indicando que a proposta está a ser avaliada para corresponder ao que pedido feito.

Contactada anteriormente, a Comissão Europeia tinha dito que estava “preparada para ajudar Portugal”, necessitando apenas da formalização do pedido.

Incêndio em Oliveira de Azeméis. Quatro bombeiros feridos, um com gravidade

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, indicou que há a registar quatro bombeiros feridos, com queimaduras, um dos quais com gravidade, mas está fora de perigo.

“Estamos perante uma situação de extrema gravidade e estamos a procurar adequar os meios às respostas que temos de assegurar nos vários focos de incêndio. A nossa preocupação, naturalmente, são as pessoas e é aí que estamos a concentrar toda a atenção”, afirmou o autarca em declarações à SIC Notícias.

Joaquim Jorge informou ainda que um lar de idosos foi evacuado por precaução.

“As condições climatéricas são altamente adversas e tendem a piorar” e foi por essa razão que o lar de idosos foi evacuado, segundo explicou o presidente da câmara, referindo-se à transferência de 23 utentes do Centro de Dia Santo André, em Macinhata da Seixa, para a Santa Casa da Misericórdia de Oliveira, na sede do concelho.

O incêndio em Oliveira de Azeméis contava, por volta das 11:30, com “sete meios aéreos, mais de 500 operacionais no terreno” e “mais de 160 viaturas”, segundo o autarca.

A1, A25 e A29 cortadas no distrito de Aveiro. “Condutores devem abster-se de circular nas vias em direção a Aveiro”

Além da A25, os incêndios que lavram no distrito de Aveiro estão a motivar cortes nas autoestradas A1 e A29, estando a GNR a apelar para que os automobilistas não circulem nas zonas dos fogos.

Também a circulação no IC2 e nas EN 238 e 109 está cortada ao trânsito na sequência dos incêndios que lavram no distrito de Aveiro, revelou à Lusa fonte da GNR.

“Os condutores devem abster-se de circular nas vias em direção a Aveiro. É a melhor forma de manterem a integridade física e não colocarem em perigo a vida”, disse à Lusa o major Vítor Ribeiro, da GNR de Aveiro, cerca das 09:00.

Segundo a mesma fonte, as alternativas às três autoestradas cortadas no distrito “são muito voláteis e escassas”.

“Atendendo ao vento e aos focos de incêndio que estão a surgir, é muito difícil darmos alternativas que não coloquem em risco a vida das pessoas. Portanto, o que aconselho neste momento é não circular”, acrescentou.

O corte de circulação na autoestrada A1 devido aos incêndios em Aveiro é agora total entre Coimbra Norte e Grijó (Gaia), no nó da A41, e na A17, entre o nó de Mira norte e Aveiro, atualizou a GNR.

A Guarda dá ainda conta que na autoestrada A25 o corte total situa-se entre o nó de Aveiro e Reigoso (Viseu) e na A29, no sentido norte/sul, entre o nó de Estarreja e Angeja.

No IC2 há também corte total entre Salreu e Águeda, mantendo-se o impedimento de circulação também na EN238, na zona de Sever do Vouga, na EN109 entre Estarreja e Aveiro, assinala a GNR.

Na atualização feita há minutos pela Guarda, nota também para o corte total na EN16 entre Cacia e Albergaria-a-Velha.

Na A32, que liga Oliveira de Azeméis a Vila Nova de Gaia, há corte total dos acessos à A41 em direção a sul.

A GNR reforça o conselho a “todas as pessoas para evitar a circulação” nas vias indicadas, razão pela qual “não apresenta qualquer alternativa”.

Linha do Norte cortada à circulação em Cacia, Aveiro

A linha do Norte está cortada à circulação ferroviária nos dois sentidos em Cacia na sequência dos incêndios que lavram no distrito de Aveiro, revelou à Lusa fonte da CP.

A fonte afirmou desconhecer a hora a que foi feito o corte e quantos comboios estavam, pelas 12:25, parados .

A CP remete para a Proteção Civil a divulgação das condições e do horário de reabertura da circulação.

Ativado plano Distrital de Emergência e Proteção Civil de Aveiro

O Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil de Aveiro foi, entretanto, ativado, pelas 08:45 na sequência da “grave situação” desencadeada pelos incêndios florestais que estão em curso no distrito de Aveiro, informou fonte da Proteção Civil.

Em comunicado, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil refere que a Comissão Distrital de Proteção Civil de Aveiro decidiu ativar o Plano Distrital de Emergência de Proteção Civil de Aveiro, pelas 08:45.

A decisão foi tomada na sequência dos incêndios que estão atualmente em curso nos municípios de Albergaria-a-Velha, Águeda, Sever do Vouga e Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, tendo estes municípios já ativado os seus Planos Municipais de Emergência de Proteção Civil.

A Proteção Civil recomenda à população que siga as orientações das autoridades e que evite a permanência em locais próximos das zonas afetadas pelos incêndios, fazendo apenas as “deslocações essenciais”.

“Atendendo ao corte de várias autoestradas na região de Aveiro (A1, A25, mas também IC2 e outras vias), e à volatilidade da evolução dos incêndios, apela-se aos cidadãos para que não circulem nas referidas vias em direção a Aveiro, dado o risco envolvido”, refere a mesma nota, adiantando que as aulas estão também suspensas no município de Albergaria-a-Velha.

O comunicado refere ainda que se mantém o Estado de Alerta Especial para o Dispositivo Especial de Combate Incêndios no nível vermelho, até terça-feira, para Portugal Continental, no sentido da garantia do permanente acompanhamento das ocorrências, através do respetivos Comandos Sub-regionais e de um aumento das ações de monitorização e prontidão.

Segundo a página oficial da Proteção Civil, às 12:08 estavam a ser combatidos três incêndios rurais na região de Aveiro considerados “ocorrências significativas”: em Albergaria-a-Velha, com 165 operacionais, 48 veículos e um meio aéreo; Sever do Vouga, com 180 operacionais, 60 veículos e três meios aéreo e Oliveira de Azeméis, com 548 operacionais, 174 veículos e três meios aéreos.

Em Albergaria-a-Velha, o incêndio que começou no domingo no concelho vizinho de Sever do Vouga chegou hoje de manhã a habitações localizadas na Cruzinha e na Vila das Laranjeiras. No concelho, as autoridades já avançaram com a evacuação do bairro Brandão Gomes.

Já em Oliveira de Azeméis, o fumo causado pelas chamas obrigou, no domingo à noite, à evacuação do hotel Vale do Rio, por precaução.

Um bombeiro da corporação de São Mamede de Infesta que combatia o incêndio morreu vítima de “doença súbita”, apesar ainda ter sido assistido no local por uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Fogo em Cabeceiras de Basto já consumiu uma casa a ameaça outras habitações. “Situação é muito grave”

Um incêndio que lavra esta segunda-feira no concelho de Cabeceiras de Basto, distrito de Braga, já consumiu uma casa e “está a ameaçar” outras habitações, estando a aldeia de Cambeses e ser protegida pelos operacionais, indicou a Proteção Civil.

“A situação é muito grave, sobretudo na freguesia de Riodouro. As chamas já consumiram uma casa e estão outras em risco e ameaçadas pelas chamas. Neste momento, está a ser protegida a aldeia de Cambeses”, explicou pelas 11:30 à agência Lusa o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Ave.

Rui Costa acrescentou que, entretanto, surgiu um novo foco de incêndio “com grande intensidade” na freguesia de Bucos, também em Cabeceiras de Basto, que vem complicar o combate às chamas que, atualmente, não conta com “nenhum meio aéreo empenhado”.

No teatro de operações estavam pelas 11:30 cerca de 120 operacionais apoiados por 34 viaturas.

Perigo máximo de incêndio rural em mais de 100 concelhos do continente

Mais de uma centena de concelhos estão hoje em perigo máximo de incêndio devido ao tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que colocou oito distritos do continente sob aviso amarelo.

Em perigo máximo de incêndio estão mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Portalegre, Castelo Branco, Santarém, Leiria, Coimbra, Guarda, Aveiro, Viseu, Porto, Bragança, Vila Real, Viana do Castelo e Braga.

Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o IPMA.

Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo. Os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

A temperatura máxima mais elevada prevista para hoje será alcançada em Évora e Santarém com 37, seguida de Beja, Leiria e Lisboa com 35, Portalegre, Castelo Branco e Braga com 34.

Por causa do calor, o IPMA emitiu aviso amarelo para os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga, pelo menos até às 18:00 de hoje.

O aviso amarelo é emitido quando há uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Devido à previsão de risco elevado de incêndio na generalidade do território, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) aumentou o estado de alerta e prontidão dos meios de socorro para o nível mais elevado, para hoje e terça-feira.

Numa conferência de imprensa em Carnaxide, Oeiras, no domingo, o comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, apelou mais uma vez aos cidadãos que colaborem com as autoridades e evitem comportamentos de risco nestes dias, adotando medidas de proteção face a eventuais situações de perigo.

O responsável destacou que os próximos dias terão um risco extremo de incêndio na generalidade do território continental pelo que pediu “tolerância zero ao uso do fogo e adequação dos comportamentos face ao perigo de incêndio rural”.

A ANEPC emitiu avisos à população, através de SMS, sobre o perigo de incêndio rural.

Além dos 14 mil operacionais já no terreno, o nível de alerta máximo (vermelho) implica o reforço do dispositivo com mais 682 homens em alguns pontos estratégicos.

Após o alerta das entidades de proteção civil, também o Governo declarou Situação de Alerta para todo o território do continente até às 23:59 de terça-feira com medidas excecionais devido ao agravamento do perigo de incêndios rurais.

A Situação de Alerta implica várias medidas excecionais, como a proibição do acesso e circulação em vários espaços florestais, proibição da realização de queimadas e de trabalhos em florestas com recurso a maquinaria (com exceção para as situações de combate a incêndios rurais).

Fonte: Diário de Notícias / Portugal

Cr=édito da imagem: Estela Silva / Lusa